Spartacus
Publicado em 10 de junho de 2007 por Geórgia Freitas
Este trabalho tem como escopo contemplar alguns conceitos da Sociologia durkheimiana.
Spartacus, personagem que nasceu escravo dos romanos, subjugado por toda a sua existência ao regime escravocrata, vira seus pais sofrerem pressões do Império Romano. Aqui se discute a definição de fato social de Durkheim: "[...] toda a maneira capaz [...] capaz de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, apresentando uma existência própria independente das manifestações individuais que possa ter" (Durkheim, 1991:1). O fato social – gerado para além do próprio fato – é que todo o povo não romano já nascia na condição de escravo. Esse é o fato® coletivo acarretando o poder coercitivo de quem não pertencia à nata romana. Externamente, todos estavam submetidos à autonomia do poder romano e este fato havia sido internalizado. Na condição de guerreiro e gladiador, Spartacus interioriza todas as regras e normalizações diretas impostas pelo seu senhor.
Num segundo momento do filme, Spartacus lidera uma rebelião na casa em que gladiava e no campo de treinamento. Como Durkheim coloca, a relação do individual e do coletivo não é de simples resolução. A rebelião representa o "efeito-gangue", a união dos demais gladiadores e outros sujeitos sob regime escravocrata, que, na coletividade rompem com o jugo do poderio romano.
As lutas perduraram por anos entre escravos rebelados e legionários romanos. Spartacus, na liderança, absorve a consciência coletiva na medida em que as vitórias dos escravos consolidam o avesso da norma: afrontar o exército de Roma. Compartilhar práticas estratégicas, crenças – o grupo liderado por Spartacus era composto por gauleses, trácios, judeus, afriacanos – remonta ao conceito de consciência coletiva expresso em Durkheim.
As vitórias dos rebelados contra o exército romano expande por todo o Império dominante, desestabilizando as suas estruturas. A solidariedade mecânica de Durkheim afirma que a consciência coletiva direciona para um amálgama coletivo – a coesão torna-se mais evidente a ponto de reafirmar a solidariedade entre escravos em rebelião diante da consciência total da sociedade em voga.