Sonhos...

Se os sonhos são na realidade projeções do espirito...eu não quero sonhar.

Não quero ter você em um plano diferente deste, quero, ter você aqui,

e te levar comigo quando eu me for.

Quero sim, sentir tua respiração próxima a minha, tuas mãos em meus cabelos, sentir teu corpo vibrar quanto toca o meu, mas aqui, neste plano.

Egoismo? Talvez...ingratidão? Pode ser...eu deveria sentir-me confortada por ter você ao menos em sonhos, mas...o acordar torna-se por demais difícil quando vejo que as realidades são diferentes.

Não sei a que propósito se dá tudo isso, mas voltar em um tempo diferente e depois o reencontrar, voltando a sentir tudo que já senti um dia, (em outras vidas...) e, não poder viver esses sentimentos, é...difícil demais...

Talvez tenha sido essa a nossa escolha e talvez eu a tenha compreendido bem enquanto esse prósito estava sendo traçado, mas, era outra realidade, outra percepção.

Agora...peço a Deus sabedoria para aceitar e inteligência para compreender, Mas veja, este corpo é um instrumento rústico, ele não concegue ver, entender..que é assim que tem que ser.

Então....mesmo que isso ateste minha fraqueza e minha total incompetência, eu prefiro...não sonhar com você.

Artigo enviado por:

Virginia Casemiro Cavalcante

Nascida em Porto-Velho RO, teve uma infância relativamente simples, porém até certo ponto prazerosa. Sem muitas oportunidades de estudar, aprendeu a ler e a escrever em casa aos 11 anos de idade com aulas ministradas pelo próprio pai. Desde cedo habituou-se a lida doméstica e aos 9 anos, com a separação dos pais, assumiu totalmente os afazeres domésticos, bem como o cuidado com os irmão e com o pai, que à época já não tinha uma saúde muito boa, este, veio a faltar-lhe aos 13 anos de idade, vítima de leucemia. Começa então um novo ciclo, os irmãos agora sem ter quem zele por eles vão morar em um orfanato, já ela e a irmã menor de apenas 5 anos, vão morar com um meio irmão em Manaus, a adaptação é difícil, porém ela supera. Separada da irmã, tenta seguir sua vida, não consegue continuar os estudos, porém logo começa a trabalhar e a lutar pelo próprio sustento, aos 15 anos de idade, vai morar sozinha em um apartamento alugado, aos 17, casa-se pela primeira vez, união curta que rende como fruto uma linda menina, separada dos seus braços aos 09 meses de idade. Aos 19 anos retorna a sua terra natal, segue trabalhando, tentando esquecer a saudade da filha. Aos 20 anos passar a conhecer o garimpo de estanho, lugar onde passa a residir a trabalhar por 3 anos. Aos 21, conhece o segundo marido, essa nova união dura 6 anos, até o falecimento do esposo, deixando-a com um lindo casal de filhos, a menina com 11 meses, o menino, com 2 anos e 3 meses. Aos 27 anos volta a estudar, porém as responsabilidades de mãe novamente a impedem. Aos 30 anos, mudasse da capital para o interior, onde termina por ter mais duas crianças, não casa, mas segure batalhando e aos poucos vai vencendo. Hoje, aos 38 anos, tem um lar que pode chamar de seu e junto com seus quatro filhos, tem uma vida mais ou menos padronizada, apesar de abandonar um cargo público para melhor cuidar dos filhos, ela ainda segue, trabalhando e lutando, por um futuro melhor para sí e para os filhos. Não terminou os estudos, não fez grandes coisas, não é ninguém importante, mas tem orgulho de ser honesta e de sempre lutar pelo pão de cada dia aos invés de viver as custas dos outros. Assim, é virgínia C. Cavalcante.

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Autor desde 26 de maio de 2014