Essa noite eu sonhei demais.
Começou com uma estrada velha,
Que de certo modo me levou perto de um rio
Trazendo-me à vista um menino magro.

Esse menino não tinha nada, não tinha expressão.
Estava nú, cabisbaixo...
Tomava da água do rio goles fartos de sobrevivência.
Seus olhos lacrimejavam e eram negros feito a noite.

Enquanto me aproximava do garoto infeliz,
Veio-me a lembrança da minha infância.
Então eu percebi que menino era eu...
Apenas um pouco mais magro, talvez, mas era eu!

Vivi daquele jeito por muito tempo.
Minha vida sempre foi magra de vitórias.
Mas acontece que tudo mudou,
E aquele menino, vive agora, apenas dentro do meu sonho.