Os teus espinhos, ò mandacarú!Denota no teu seio

Viajo pela vereda, encontro tua imensa flor,

Que revelais, sem machucar a meio receio:

No teu caule desforme, nasce o amor.

 

Florbela escancara o aroma de tua alma

N’um sertão com seu firmamento,

O nascer do sol tira-lhe o sono e a calma

Na terra árida que aparecesse só um lamento...

 

Mostraste a brandura, a dor e o desengano.

Em tua alma de luz um desatino...

Na montanha, talvez, pela mão de um tirano.

 

A flor desnuda avermelhada em dor,

Mostra na Alma sofrida do destino...

Ei-la a doçura transformada em amor.

 

 Jwc.

25.08.2018