Ah! C'est la vie. Dignamente exclama o poeta, rompe-se tudo.

Menos a dor, tudo pode ser refeito: reificado fica o amor! Mas...

Este interlúdio não é lírico ou filosófico. O que terá comunicado?

 

Ah! C'est la vie. Clama o mendigo que, morto de fome, entrega o pão.

No mesmo gesto, na entrega, filósofo e mendigo tornam-se homem.

Somam-se em tudo! Mas em cada prática particular diminiuem-se...

No particular não existe o homem, mas o mendigo e o poeta...

 

Ah! C'est la vie. Chora o moribundo que, nas vascas da morte, grita:

__Ah! C'est la muerte. Viver é esperar ou espernear ante à morte...

Um sentimento pouco ou nada consciente é de angústia, est la vie.

 

Ah! C'est la vie. Silencia o pensador das pedras, sem porta, sem dor.

Não vivemos sem dor ou somente na dor. Simplesmente vivemos.

A cada dia corremos! A cada noite amamos, mesmo se morremos.

Viver é simples: trabalhar, ajuntar, pagar, descançar e voltar...