SONETO A UM CACHORRO VIRA-LATAS

                                                   AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Sou andarilho, à-toa e peralta: E venho achar,

Pelas ruas, becos, matas ou pelas praças,

Comidas dentro ou fora das abandonadas latas,

Que irá, na minha desesperada fome, me alimentar.

Por qualquer esquina, ou cruzamentos irei entrar,

Entre muitos cachorros com ou sem raça, sou um vira-lata,

No meu específico espaço o meu aroma serve como estaca,

Sem dono, nome, rumo, e sem um específico lar.

Sou fiel ou infiel, peludo, sujo, limpo ou malhado,

Durmo debaixo de pontes, marquises, ou telhados,

Por qualquer que seja o aconchegante lugar.

Na fuga ou a procura de afeto por todos os lados,

De um amigo, amado, ou de um cantinho abençoado,

Para que eu possa ter um momentâneo ou definitivo, lar.