SONETO: A MISÈRIA

                        AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Dói cá dentro no fundo onde algo morre,

As necessárias sedes que berram pedindo água,

Fincando cravada na dor as estigmas como pragas,

Marcadas pelas angústias na ansiedade que por aí corre.

Na realidade da fome que lateja como sintoma forte,

Relutando com a pobreza que carece das muitas fraguas,

Enfrentando todos os suplícios que surgem pelas mágoas,

Lacrimejando a cicatriz latejante de um profundo corte.

Doentes dos desgostos precipitados pelas desmotivações,

Fragmentados as iniquidades das intrépidas horas,

Latente a dor que se apossam destas situações desses recheios.

Nos sofridos espaços desocupados das desilusões,

A aflição que infringem a vida pelas carências a fora,

Suportando a fome e a sede pelo bonito a se tornar feio.