Somos um

Somos uma só alma

Somos um afinal


Somos uma só alma

Somos um afinal

Concebida de um imenso prazer e esplendor.
Sob a suprema vontade do emanador.
Em sua gloriosa forma de doador
Em um Irrevogável ato de constância e prazer.
Cria algo do nada!
Criou o receptador em todo o seu esplendor.
Cálice que regurgita as sementes do gene sagrado.
Vaticina assim a jornada perfeitamente planejada.
Veio à luz neste mundo de cores majestosas.
O ser, a criatura, a alma.
Que se espalha como grãos de areia nesta terra criada.
Da matéria a mais intrínseca qualidade do ser.
No berço embalado pelo maestro e mestre criador.
Uma só singela alma continha.
Recebendo tudo que a luz ofertou.
Preencheu-se de todos os desejos até se transbordar.
Se fartar empanzinar e por fim recusar.

Formamos uma só alma em reclusão.
Fragmentada, diluída, exposta.
Dividida ao meio entre a claridade e a escuridão.
Desintegrada, colocada à parte para correção.
Soçobrada no fundo do mar das trevas e escuridão.
Enterrada em seu cerne primordial.
Nas garras da razão, nas entranhas da ilusão.
Somos uma só alma criada na mais perfeita conclusão.
Em uma só restrita união.
Perfeita e em comunhão.
Num ato de amor e doação.
Receptora do ponto no coração.

Puramente acionada às escondidas.
Na calada do intemporal, na vastidão sem fim da luz.
Chega-nos esta faísca o germe da divindade.
O gene do infinito. Cria o absoluto tudo num ponto de nada.
E se apaga para que sua luz seja refletida e vista sem limites.
Velada claramente, magistralmente... Inexpugnável aos olhos desavisados.
Acessível aos olhos ajustados, perfeitamente á vista, tocável, manipulável, generosamente acalentadora, acolhedora àqueles que possuem a sua mesma qualidade.

O ser,
Com uma deficiência tão extensa e infindável.
Como um ponto escuro no seio da luz.