Objetivos:

  • Conhecer as principais teorias sobre as dinâmicas sociais que acontecem nos espaços urbanos;

  • Identificar os interesses/objetivos, estratégias e atores envolvidos nas atividades urbanas;

  • Compreender os conflitos urbanos e as suas manifestações como a violência e segregação;

  • Avaliar os princípios que orientam (ou que deveriam orientar) a administração pública das cidades, relacionando-os com o papel do cidadão nas decisões de gestão.

 

1. Introdução.

Junto com os estudos históricos e geográficos, a sociologia urbana se concentra na dinâmica que tornam as cidades o centro da organização social moderna.Os diferentes interesses sociais conflitantes mobilizam a população, o capital e o estado, refletindo na desigual distribuição dos serviços, da infraestrutura, da violência e criminalidade. A desigualdade social resulta em diferentes formas e organização, e de atuação política como forma de luta pelo direito à cidadania.

2. Ordem x conflito: duas perspectivas sobre as cidades.

As cidades mudaram muito desde a polis romana, ou as cidades renascentistas, marcadas pelo seu carácter comercial, com sacerdotes, governo, e militares ao lado de artesões especializados desenvolveu cultura, política e economia própria, até chegarem ao atual modelo da cidade industrial moderna. As revoluções francesas e industrial que promoveram a democracia representativa e a industrialização capitalista, produziram conflitos de interesses entre os beneficiados por este sistema e os explorados, num novo ambiente completamente diferente do meio rural. No estudo das cidades a sociologia urbana apresenta duas abordagens, uma representada pela “Escola de Chicago” que enfatiza a ordem implícita por trás do aparente caos urbano, e a outra que entende os conflitos sociais urbanos como a chave para compreensão da organização social e espacial das cidades, chamada de “Nova Sociologia Urbana”.

3. A influência da Escola de Chicago: ordenamento ecológico da cidade.

Pensa o espaço urbano como um ecossistema, sem usar a teologia o a moral religiosa para explicar a formação das cidades e os comportamentos específicos das suas populações. Parte do pensamento de Georg Simmel (1858-1918), que percebe as cidades cada vez maiores com interações cada vez mais complexas, na qual mescla a busca pela individualidade com a interdependência entre os indivíduos, cada vez mais especializados e detentores de saberes fragmentados dentro da produção capitalista. Busca a especialização para tornar-se e competitivo no mercado, mas em consequência mais dependente. A grande quantidade de estímulos a qual o morador das cidades está exposto exige uma certa indiferença e discriminação, Simmel diz que o homem metropolitano age com a cabeça e no campo com o coração. As relações metropolitanas por serem extremamente racionais seriam superficiais, os indivíduos muitas vezes são apenas um número, levando às relações impessoais. [...]