SÓ RESTA UMA LEMBRANÇA
Por Lúcio brito | 17/06/2010 | PoesiasA neve cai mansa e fria,
Lá fora um vento forte, úmido,
Quase cortante, parece penetrar
No corpo dos poucos transeuntes
Que vagueiam por entre as ruas brancas,
Caminhando curvas e aconchegadas
Às grossas roupas que
Quebravam o frio intenso
Daquela tarde de inverno.
Eu os olhava na rua, através
Do vidro de um branco nublado
Ligeiramente turvolíneo.
Já agora é noite
Meus pensamentos voam longe
E vão encontrá-la, bela, meiga,
Diferente de tudo, de todos.
Aonde nos vimos pela primeira vez
E onde nos despedimos.
Eu partia você com os olhos
Cheios de lágrimas e entre um
Beijo terno balbuciou-me:
Até breve amor.
Eu tive que serrar os punhos,
Procurei manter-me forte
Para não chorar também.
O tempo foi passando
E eu vivia com você pelas cartas
Constantes, cheias de amor e saudades
Que faziam vibrar todo meu ser.
E hoje, distante de tudo,
Resta ainda uma lembrança querida
De você.