O volume de negócios realizados pelas empresas de micro e pequeno porte movimenta a maior parte da economia brasileira. Além do crescimento natural deste tipo de empresa, a crise econômica e o desemprego tende a produzir efeitos no número de pequenos negócios, uma vez que os indivíduos tornam-se empresários também devido à ausência de empregos formais.

A importância dos pequenos negócios no contexto econômico e social brasileiro vem crescendo gradativamente nas últimas três décadas (SEBRAE, 2014), podendo ser facilmente notada através de uma série de índices, resultados de informações coletadas pelo SEBRAE ao longo dos anos, buscando compreender a realidade dos pequenos negócios na atualidade e projetando o futuro destas pequenas organizações.

Segundo dados do SEBRAE (2014; 2016), os pequenos negócios no Brasil constituem mais de 2 bilhões de reais em exportações, além de serem responsáveis por 40% dos empregos formais existentes em nosso país na área de serviços e cerca de 70% dos empregos formais no setor do comércio. Mensalmente, os pequenos negócios faturam, em média, 27 mil reais, conforme dados referentes ao mês de maio de 2016, destacando-se o crescimento da Região Norte.

Dados de 2011 revelam que, em relação ao número de empresas, os pequenos negócios representaram 98% das novas empresas na área de serviços e 99% das novas empresas na área de comércio (SEBRAE, 2014).  Somente entre os meses de janeiro a maio de 2016, foram mais de 800 mil novas empresas criadas, sendo mais de 600 mil representadas pelos MEIs (Micro Empreendedores Individuais) (ESTADÃO CONTEÚDO, 2016).

Da mesma forma, o ICPN (Índice de Confiança nos Pequenos Negócios) vem crescendo, gradativamente, comparando-se os anos de 2015 e 2016, de acordo com dados disponibilizados pelo Site SEBRAE. Este fato revela uma projeção positiva em torno dos pequenos negócios no Brasil, gerando uma situação marcada por um conforto, cada vez maior, deste tipo de negócio frente à situação econômico-financeira do país.

Sobre este índice, existem algumas oscilações referentes aos quatro segmentos (comércio, construção, indústria e serviços), ocasionadas pelas transformações naturais da economia ao longo dos períodos. Entretanto, de maneira geral, percebe-se um aumento neste ICPN de 2015 para 2016.

De acordo com publicação do Estadão Conteúdo (2016), o aumento gradativo do número de pequenos negócios no Brasil está fortemente relacionado com a instabilidade econômica e o desemprego. Assim, as pessoas estão buscando cada vez mais novas maneiras de garantirem sua subsistência e de sua família, aumentando significativamente o número de novas empresas no país.

Do mesmo modo, além das projeções relacionadas ao aumento do número de pequenos negócios no Brasil, outro aspecto muito relevante deve ser considerado: a presença online destas empresas. No entendimento da Agência SEBRAE de Notícias (2016), 90% das vendas são feitas por micro e pequenas empresas que atuam exclusivamente online.

Do total de e-commerce no país, 58% deles começaram suas atividades na rede de 2013 para cá. O levantamento também detectou que 53% das empresas que vendem on line não possuem uma loja física e que uma em cada quatro empresas possui apenas um funcionário e 40%, entre dois e quatro funcionários (AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS, 2016).

Este crescimento é explicado pela confiança adquirida nas compras pela internet, pela facilidade ofertada pelos sites caso houver necessidade de troca e pelo uso de pagamentos que garantem a segurança nas compras. A ampla oferta de produtos é citada por Galinari (2015) como um dos principais benefícios do comércio pela internet, além de ampla abrangência territorial e custos mais baixos de manutenção das empresas. Ainda, a utilização das mídias sociais e das redes sociais deve ser considerada pelos pequenos negócios:

Com o advento das mídias sociais, diversas empresas de e-commerce têm percebido a oportunidade de divulgar suas marcas ou de ampliar suas vendas por meio de uma nova forma de comercialização conhecida por social commerce ou s-commerce. Essa modalidade de comércio eletrônico consiste na venda de produtos e serviços diretamente em mídias sociais, como o Facebook, o Twitter, o Google+, o LinkedIn e o Pinterest. Nesse tipo de comércio, o cliente pode realizar todas as etapas do processo de compra, que compreende a busca de produtos, a escolha, o pagamento e a avaliação no ambiente de uma rede social. (GALINARI, 2015, p. 168).

Tais espaços podem – e devem – ser utilizados para o crescimento das organizações. É preciso explorar este mundo virtual, cheio de possibilidades. Como estratégia de venda, as empresas passam a oferecer conteúdos exclusivos de promoções e ofertas para seguidores fiéis. Preços muito mais baixos e ofertas relâmpagos fazem parte deste marketing virtual, sendo anunciados constantemente, de forma dinâmica e instantânea (SEBRAE, 2012).

Referências bibliográficas

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS. Pequenos negócios dominam vendas na internet no Brasil. Publicado em 29/07/2016. Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios, Site.

ESTADÃO CONTEÚDO. Criação de empresas bate recorde, puxada por Micro empreendedores. Publicado em 28/07/2016. Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios, Site.

GALINARI, R. et al. Comércio eletrônico, tecnologias móveis e mídias sociais no Brasil. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 41, p. 135-180, mar. 2015.

SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Boletim Oportunidades & Negócios: Tendências e a força das mídias sociais no varejo. Janeiro/2012.

SEBRAE. Conhecendo os Pequenos Negócios: Apostila completa. Curso disponível através da Universidade Corporativa SEBRAE, 2016.

SEBRAE. Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira. Junho de 2014.