Sistemas de Representação em Arqueologia

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA

 

 

 

Edjane Silva Costa de Alencar

 

 

SISTEMAS DE REPRESENTAÇÃO EM ARQUEOLOGIA 

 

Recife, 28 de novembro de 2021

 

Sistemas de representação e a sua relevância mediante projetos de conservação patrimonial

De acordo com a neurolinguística, sistemas representacionais são “responsáveis pela codificação do que ocorre no mundo externo por meio dos canais visual, auditivo e cinestésico (tátil, olfativo e gustativo). Assim, nossa comunicação interna e externa é feita com base em 
nossos sentidos”. (INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING, 2018). Entretanto, a ideia principal é trazer uma abordagem mais específica acerca dessa definição, que irá apresentar a capacidade de representar através de códigos o que está sendo visualizado. O sistema de representação que será abordado abrange o digital e visual, e essas representações serão: croquis; fotogrametria; mapa de danos e autoCad, trazendo exemplos dessa abordagem no que tange a conservação patrimonial.

Tendo introduzido o conceito de sistemas de representação, é interessante elencar os quatro sistemas que serão discorridos ao transcurso do texto. Sendo eles, croquis que são esboços, um desenho menos técnico. A fotogrametria “é uma técnica que consiste na criação de um modelamento tridimensional em uma plataforma digital gráfica a partir de um conjunto de imagens bidimensionais com o auxílio de coordenadas de referência”. (GREEN FOXENGENHARIA, 2021). O mapa de danos “é um documento gráfico-fotográfico que sintetiza o resultado das investigações sobre as alterações estruturais e funcionais nos materiais, nas técnicas, nos sistemas e nos componentes construtivos. (TINOCO, J.E.L, 2009, p.4.). E por fim, o autoCad “é um software CAD (projeto auxiliado por computador) que arquitetos,
engenheiros e profissionais de construção utilizam para criar desenhos 2D e 3D precisos. (AUTODESK, 2021).

Dado os conceitos de croquis, fotogrametria, mapa de danos e autoCad, é de sumaimportância elencar a aplicabilidade desses sistemas na Arqueologia, de forma mais assertiva na conservação do patrimônio arqueológico, que abrange bens móveis. Entretanto, é de suma importância ressaltar que esses sistemas também poderão ser utilizados em outros tipos de trabalhos, como por exemplo, nas reconstruções, modelagens 2 e 3 D, vetorização de material cerâmico, pinturas rupestres - entre outras abordagens. Mas o foco do texto é abordar o uso 
desses métodos e técnicas em construções antigas. Como já pontuado acima, um croqui é um esboço de um desenho, que poderá servir no momento de avaliação de uma determinada construção: uma igreja do século XVI; uma fortificação: um casarão ou qualquer edificação antiga que possa ser alvo de uma investigaçãode seu estado físico. Um desenho inicial poderá ser utilizado para esboçar algumas ideias iniciais e apontar danos em uma determinada edificação. Geralmente são bastante utilizados nas fichas de campo, onde os arqueólogos precisam preencher ao decorrer de uma pesquisa de 
campo, que será anexado como um documento importante avaliativo. Já a fotogrametria poderá ser utilizada na elaboração de um mapa de danos. É um processo que abrange uma série de fotografias, que poderão ser capturadas tanto com uma câmera fotográfica ou até mesmo com um excelente smartfone ou drones. Aqui, o fator primordial é obter uma sequência de fotos efetuadas em diferentes ângulos e distâncias, focando nas áreas danificadas de uma determinada construção antiga. Essas fotografias poderão ser introduzidas em softwares que irão gerar um panorama mais amplo, e posteriormente serão 
utilizadas em um estudo dos danos, onde serão realizados um levantamento com bases nos dados obtidos, analisando as implicações e possibilidades de uma possível intervenção dessa edificação. 
Em relação ao uso do autoCad podemos discorrer na elaboração de plantas baixas de dada construção. O autoCad é um software amplamente utilizado na Arquitetura e Engenharia, mas que vem sendo introduzido também na Arqueologia para auxiliar em demandas pertinentes. Através de uma planta de uma fachada de uma igreja antiga, por exemplo, o arqueólogo poderá vetorizar, criar um modelo 2 ou 3 D e especificar os pontos de danos em uma determinada edificação.

Todos os sistemas citados no texto são apenas algumas das tecnologias que poderão ser empregadas na formulação de possíveis formas de conservação do patrimônio arqueológico edificado, tendo em vista que as iniciativas tomadas no resgate dessas edificações antigas precisam de uma elaboração séria de projeto, que terão etapas subsequentes e também irão considerar como ficará a construção após o seu restauro ou intervenção. (TINOCO, J.E.L, 2009). 

Dado o exposto, pode-se observar a relevância das interações multidisciplinares na conservação do patrimônio arqueológico construído. Onde o arqueólogo terá como auxiliador de seus estudos métodos que possam viabilizar e integrar as diversas necessidades de análise de uma edificação antiga. Que tem como objetivo principal preservar o patrimônio arqueológico construído, que é fonte de memória e cultura de um povo.

 

REFERÊNCIAS

Com.br, [s.d.]. Disponível em:. Acesso em: 29 nov. 2021.

Greenfoxengenharia.com, [s.d.]. Disponível em: 
. Acesso em: 29 nov. 2021b.

TINOCO, Jorge Eduardo Lucena. Mapa de danos: Recomendações básicas. 43. ed. Olinda. 
CECI, 2009. 43. v (2).