SINOPSE DO CASE: A inadimplência do Brasileiro¹

Aldeir Sousa Gomes²

Carlos Fernado³

1 DESCRICAO DO CASO

A inadimplência do brasileiro continua crescendo, mas a um ritmo menor. O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), registra o percentual em Abril de 2013, 5,84%, com relação ao mesmo mês do ano passado. O índice é o menor desde agosto de 2012, quando alcançou 5,75%.

O índice atingiu seu pico (10,58%), com referência ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, entre janeiro e abril, a inadimplência registrou um aumento de 8,72% na comparação com o primeiro quadrimestre de 2012.

O SPC avaliou, o crescimento menor dos calotes em abril confirma as expectativas da entidade e está relacionado ao chamado efeito calendário, já que o consumidor tende a retomar o controle das finanças a partir do fim do primeiro trimestre período em que se concentram grandes volumes de gastos com impostos e parcelas remanescentes das compras de final do ano.

Há avanço das vendas, em mais de 7%, apesar de parecer um número alto, Isso é normal e mostra que deveremos chegar ao final do ano cumprindo as expectativas de varejo, de 6% o orçamento das famílias está dando condições para que elas quitem parcelas antigas, prova disso é o aumento do cancelamento de registros no SPC o que representa capacidade de recuperação de crédito pelo consumidor, que na comparação abril de 2013 com abril de 2012 aumentou 6,92%.

O mercado de crédito passa por mudanças no Brasil, quem concedia crédito para o consumidor no Brasil era o varejo, mas há cerca de três anos os bancos passaram a comprar créditos varejistas e se interessaram pelo negócio. O panorama, entretanto, está se revertendo com isso, as vendas dos varejistas começaram a cair. Essa tendência recuou e os varejistas voltaram a oferecer crédito.

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1 Case apresentado à Disciplina Estatística, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB.

2 Aluno do 3° Período, do Curso de Administração.

3 Professor Mestre, orientador

2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO

2.1 Descrição das Decisões Possíveis

O SPC Brasil, faz um levantamento mensal e mostra que a maior parte das dívidas supera R$500,00. Em Março o índice de inadimplência pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que pessoas com idade acima dos 40 anos são maioria entre os consumidores inadimplentes e representam pouco mais de 55% do total de CPFs negativados.

A inadimplência no comércio fechou março de 2013 com alta de 10,58% na comparação com igual mês do ano passado, segundo dados da base de registros do SPC Brasil. As pessoas mais ativas no mercado de trabalho e com estabilidade financeira podem enfrentar problemas para honrar determinados compromissos

“Nesta faixa etária as pessoas já são chefe de família e tem um número maior de compromissos a pagar, como aluguel, água, luz e etc. Todos esses fatores aliados à falta de planejamento orçamentário impactam negativamente na capacidade de pagamento”, Ana Paula Bastos, economista do SPC Brasil.

Em março, as dívidas mais caras e com valores acima de R$ 500 representaram quase 48% dos calotes, seguidas dos débitos entre R$ 100 e R$ 250 (17,75%).

As facilidades na concessão de crédito e reduções de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) como automóveis e eletrodomésticos é uma das causas que explica o fato de a inadimplência se concentrar nas faixas de valores elevados. 

“Em 2012 houve um grande incentivo para o consumo de produtos da linha branca e financiamento de automóveis, de maneira que ainda há um reflexo de quem realizou as compras e está tendo dificuldades para honrá-las no começo do novo ano”, esclarece a especialista.

Para a economista, embora as políticas de estímulo ao consumo tragam impacto positivo para o comércio, elas também acabam contribuindo para o crescimento das compras não planejadas, uma vez que nem todos estão preparados para lidar com o próprio orçamento.

Os que mais realizaram compras a prazo em março estão as pessoas com idade entre 30 e 39 anos (25%) ao lado das mulheres, que representam 57% desses consumidores. 

 

 

2.2 Argumentos Capazes de Fundamentar cada Decisão

O principal problema que tem levado muitos brasileiros a atrasar pagamentos e prestações é a falta de planejamento e para isso não faltam indicadores de que a população está precisando de uma educação financeira, nos últimos anos a renda dos trabalhadores ficou mais comprometida com o pagamento de dívidas, atingindo 25,8% em fevereiro.

A falta de educação financeira tem levado boa parte da população a perder a oportunidade de traçar um futuro mais equilibrado e seguro, com autonomia financeira, ainda mais quando indicadores do Banco Mundial mostram que o Brasil está envelhecendo muito mais rápido do que se imagina e que as consequências desse processo serão profundas.

Isso ocorre porque existe todo um ciclo do endividamento que se constitui de Causas como analfabetismo financeiro, consumismo, marketing publicitário e crédito fácil; como cheque especial, cartão de crédito, crediário, crédito consignado, empréstimos, adiantamentos e antecipação do IR, e também de problemas conjugais, problemas de saúde, desmotivação, baixa autoestima, produtividade reduzida, atrasos e faltas no trabalho.

A solução é fazer um levantamento detalhado de todas as dívidas, separando os itens em “essenciais” e “não essenciais”, priorizando o pagamento das essenciais para evitar o corte de serviços indispensáveis. Deve-se também priorizar as dívidas que têm as taxas de juros mais altas. Provavelmente serão as dos empréstimos adquiridos junto ao sistema financeiro.

Se assim for, o melhor é procurar o gerente e pedir que junte num mesmo pacote as dívidas de cheque especial, cartão de crédito e demais empréstimos e negociar uma linha de crédito diferente, mais alongada, com juros médios de 2,5%, cuja prestação seja menor do que o valor total dos juros que a pessoa pagava mensalmente. A partir desse acordo com o banco, o devedor estará pagando não mais apenas os juros, e sim o valor principal, fazendo com que a dívida seja efetivamente liquidada ao longo do tempo.

Se não houver possibilidade de acordo com a instituição financeira ou se a parcela negociada não couber no orçamento será melhor poupar para quando for procurado pelas empresas de recuperação de crédito contratadas pelos bancos, tenha melhores condições de negociar a quitação em valores menores.

 

2.3 Descrição dos Critérios e Valores (Explícitos e/ou Implícitos) Contidos em cada Decisão Possível

Os casos de inadimplência envolvendo todas as modalidades de financiamento alcançaram 41% dos brasileiros de todas as classes sociais, mas os mais pobres são os mais penalizados pela restrição ao crédito. Os que ganham mensalmente até R$ 3.825, já tiveram o nome incluído na lista de devedores.

A principal causa de inadimplência é a má administração das finanças, seguida pelo desemprego. O estudo identificou ainda ser maior o desinteresse sobre o custo das operações (condições de juros e o impacto sobre o valor final a ser pago) entre as faixas de ganhos até R$ 3.825. Nessa classe de renda, existem as pessoa mais bem informadas e buscam informações, que normalmente estão, no grupo de pessoas com renda superior. Os tomadores de crédito são as classes mais humildes, e também são aqueles que não se preocupam com o planejamento financeiro.

Para o economista Barrizzelli, as intituições financeiras, em conjunto com os órgãos governamentais, deveriam investir em educação financeira para evitar que justamente a população mais pobre venha a ser prejudicada por endividamentos, e o país tenha uma explosão de inadimplência.

O professor de economia da UERJ Luiz Fernando de Paula comenta “O comprometimento das famílias com o endividamento aumentou bastante e dá sinais de saturação. A questão é que o maior acesso a crédito no Brasil é acompanhado por taxas de juros ainda elevadas, o que significa um perfil de endividamento que não é saudável. Isso gera a armadilha da dívida”.

Atualmente a renda das familias já está comprometiva, mais de um quinto com o pagamento de dividas bancárias. Em, janeiro de 2008 era 18%, e em fevereiro já era 22%. Um percentual muito elevado, já que o consumidor ainda tem despesas como educação, habitação, transporte, saúde e alimentação. O excesso de dívidas acaba se traduzindo em aumento de inadimplência. Em março, a taxa, que considera atrasos acima de 90 dias, chegava a 7,4% dos financiamentos para pessoas físicas, ou R$ 38,85 bilhões.
O nível de endividamento médio é ainda maior entre as famílias da chamada classe C, com renda mensal entre 2,5 e cinco salários mínimos (de R$ 1.555 a R$ 3.110): chegaria a 60% da renda anual.

REFERÊNCIA

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNDL

Publicação: 17/05/2013 08:55 Atualização: 17/05/2013 09:01 – acesso em 18/05/2013 às 23:15.

Fonte: http://unisomma.com.br/blog/?p=133