RESUMO

O importante papel da enfermagem juntamente com a equipe multiprofissional na ajuda aos pacientes que apresentam Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é uma entidade posológica caracterizada por um espectro de manifestações clínicas e laboratoriais de isquemia miocárdica aguda que sempre requer internação hospitalar, tendo um diagnóstico clínico relativamente simples e bem estabelecido. Estudos recentes relatam que, a incidência para doenças coronarianas, pode estar relacionada ao fato de encontrarmos na população um estilo de vida que favorece o desenvolvimento dos fatores de risco modificáveis, e isto, comprovadamente, contribui para o aumento significativo de pessoas infartadas. Nesse sentido, o presente artigo foi de apresentar como problemática: síndrome coronariana aguda: incidência de fatores de risco em pacientes atendidos no atendimento de emergência? Com base nessa problemática. Objetivou caracterizar os pacientes quanto ao relato da presença de sintomas de dor torácica, dispneia e limitação das atividades diárias uma semana antes da primeira hospitalização por Síndrome Coronariana Aguda, segundo a forma de apresentação clínica de cada paciente hospitalizado. Para o referencial teórico contou-se com a contribuição de alguns pesquisadores, como: Órru (2003), Mello (2004), Galdino (2011), Melo, Lira e Facion (2008), Mousinho et al (2010), Lopez (2011). Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo explicativa, de uma forma geral. os resultados indicaram a necessidade da equipe de saúde estar preparado na ajuda aos pacientes portadores de Síndrome Coronariana Aguda.

PALAVRAS-CHAVE: Epidemiologia. Síndrome coronariana aguda. Dor no peito. Dispneia

 

1. INTRODUÇÃO

A síndrome coronariana aguda (SCA) é um processo que ocorre devido à desproporção entre oferta e demanda de oxigênio ao miocárdio, geralmente em consequência de ruptura de uma placa de ateroma presente nas artérias coronárias e trombose secundária. De modo específico aborda-se doenças cardiovasculares que representam uma das maiores causas de mortalidade em todo o mundo. A partir do ano de 1980 essas doenças eram consideradas causa importante de óbito somente em países desenvolvidos. Hoje nos países desenvolvidos, até o ano de 2020, deve haver um aumento de 20% no risco de mortalidade por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), e nos países em desenvolvimento esta perspectiva dobrará devido ao estilo de vida e ao déficit no acesso aos serviços de saúde. Isto posto, estima-se que no Brasil ocorrerão as maiores incidências de DCNT nas próximas décadas (BRANT et al, 2017). De acordo com o mesmo autor, entre as doenças cardiovasculares, a de maior incidência é a doença arterial coronária (DAC) cujas principais manifestações clínicas são a angina pectoris, o Infarto Agudo do Miocárdio e a morte súbita. Para se obter um melhor tratamento para paciente acometidos pelo IAM e principalmente atuar na prevenção de recidiva, vale ressaltar as características que, de acordo com Cunningham (1992), podem ser classificadas como fatores de risco modificáveis e não modificáveis. Os fatores de risco não modificáveis incluem idade, sexo, etnia e história familiar de doença aterosclerótica. Os fatores de risco modificáveis, ou seja, aqueles sobre os quais o paciente e mesmo a equipe de saúde podem atuar, são dislipidemias, Hipertensão Arterial, tabagismo, Diabetes Mellitus, sedentarismo, estresse e obesidade (BRASIL, 1993). A doença aterotrombótica, representada principalmente pelo Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC) é responsável pela morte de aproximadamente um terço da população brasileira e nas últimas décadas essa doença continua sendo o maior problema de saúde pública nos países desenvolvidos e vem aumentando consideravelmente a sua importância nos países em desenvolvimento (LAURENTI et al., 2000). Esse termo, fator de risco, tão utilizado, surgiu pela primeira vez quando Kandel et al. (1961) divulgaram os achados do Framingham Heart Study. Esse estudo considerado pioneiro na cardiologia, realizou uma pesquisa com uma amostra de aproximadamente 5000 indivíduos dos sexos masculino e feminino, moradores na cidade de Framingham, em Massachusetts (MANCILHA,1992). A pesquisa teve como objetivo identificar fatores de risco ao se comparar indivíduos que tinham desenvolvido doenças coronarianas com aqueles que não tinham. Portanto tudo que foi medido e mais tarde relacionado com uma maior incidência de doença foi denominado fator de risco, isto é, fator que desempenha um papel no desenvolvimento da doença. No ano de 1984, uma publicação realizada por Goldman & Cook, demonstrou que entre os anos de 1968 e 1978 nos Estados Unidos houve um declínio de 54% na taxa de mortalidade para doenças coronarianas relacionadas à mudanças de estilo de vida, especificamente com a diminuição de níveis de colesterol sérico (30%) e o abandono do hábito de fumar (24%). Nota-se através deste estudo que a incidência para doenças coronarianas parece estar relacionada ao fato de encontrarmos na população um estilo de vida que favorece o desenvolvimento dos fatores de risco modificáveis, e isto, comprovadamente, contribuem para o aumento significativo de pessoas infartadas. Desde 1974, Lalonde relata que o estilo de vida pode ser definido como um conjunto de decisões individuais que afetam a saúde e sobre os quais se pode exercer certo grau de controle. De acordo com o mesmo autor, as decisões e os hábitos pessoais que são maus para a saúde, criam riscos originados pelo próprio indivíduo que podem resultar em enfermidades ou até mesmo a morte precoce. De modo geral pretende-se aprofundar o conhecimento sobre os eventos coronarianos mais comuns e que por intervenção e diagnóstico prévio pode efetivamente salvar vidas. Considerando a importância dos fatores de risco para doenças coronarianas e preocupadas com a reabilitação dos pacientes infartados atendidos em nossa cidade, detectamos a necessidade de um estudo para se conhecer melhor as características dos pacientes atendidos com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio, a fim de propor um programa educacional para prevenção de recidiva da doença. Dados epidemiológicos americanos relatam que mais de 12 milhões de pessoas têm doença arterial coronariana e mais de um milhão experimenta um infarto do miocárdio a cada ano, resultando em cerca de 466.000 mortes atribuídas à doença arterial coronariana (FRANCA et al, 2008). Franca et al (2008) relata inda que nos anos 2000 houve um maior conhecimento sobre a fisiopatologia das Síndrome Coronariana Aguda, avanços têm sido alcançados em intervenções terapêuticas e divulgação de novos medicamentos no seu tratamento. Este estudo trata-se de caracterizar os pacientes com o diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio levando em consideração os fatores de risco para doenças cardíacas, que é responsável por um grande número de óbitos e hospitalizações durante os últimos anos. De modo específico aborda-se doenças cardiovasculares que representam uma das maiores causas de mortalidade em todo o mundo. A partir do ano de 1980 essas doenças eram consideradas causa importante de óbito somente em países desenvolvidos. Hoje nos países desenvolvidos, até o ano de 2020, deve haver um aumento de 20% no risco de mortalidade por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), e nos países em desenvolvimento esta perspectiva dobrará devido ao estilo de vida e ao déficit no acesso aos serviços de saúde.