Revisão de Literatura

Caroline de Fátima Martins da Silva Braga

Cólica Equina

Introdução:

Nesta revisão de literatura objetivou-se explicar o que é a cólica equina, seus principais sintomas, suas causas e como trata-la. A cólica é um dos principais e mais recorrentes problemas que atingem a saúde dos equinos de diversas idades. Sempre acompanhada de muita dor abdominal, a síndrome de cólica equina necessita de atendimento veterinário (TRAUB-DARGATZ et al., 2001 apud LARANJEIRA et al., 2009). Esta enfermidade é causada principalmente pela ingestão de alimentos concentrados e também por exemplo, pela quantidade e a qualidade dos alimentos (GONÇALVES et al., 2002 apud LARANJEIRA et al., 2009), histórico de cólicas anteriores ou de cirurgias abdominais (COHEN et al., 1995 apud LARANJEIRA et al., 2009). Mais adiante, veremos mais de suas causas, seus sintomas e tratamentos.

Conteúdo:

Causas

Alguns fatores em específico podem vir a causar a síndrome de cólica em equinos. Entre eles, mudanças na quantidade, no tipo e na qualidade do alimento fornecido para o animal (GONÇALVES et al., 2002 apud LARANJEIRA et al., 2009), se o animal obteve cirurgias abdominais anteriores ou histórico de cólicas (COHEN et al., 1995 apud LARANJEIRA et al., 2009) e também a raça do equino (MEHDI; MOHAMMAD, 2006 apud LARANJEIRA et al., 2009).

Sobre equinos estabulados que ingerem volumoso por meio de verde e feno, foi concluído por meio de observação que, com a limitação do acesso ao volumoso, o animal tem mais chances de obter a síndrome cólica. A quantidade e a qualidade dos volumosos ingeridos ao longo do dia pode influir no sistema gastrointestinal do animal, colocando-o assim, em risco de cólica. (TINKER et al., 1997; COHEN et al., 1999 apud LARANJEIRA et al., 2009).

Algumas forragens apresentam baixa digestibilidade e contém fibras de baixa qualidade por conta de compactações, este tipo de alimento pode ser também um risco para a ocorrência de síndrome cólica nos equinos. (WHITE & DABAREINER, 1997; LITTLE & BLIKSLAGER, 2002 apud LARANJEIRA et al., 2009).

Devido à quantidade de carboidratos hidrolisáveis na dieta que contém grãos, quando ingeridos pelos animais também podem acarretar a síndrome cólica. (WHITE, 1995 apud LARANJEIRA et al., 2009).

Além de todos esses fatores de risco para a ocorrência de cólica, a idade também entra nesta lista. Laranjeira et al., (2009) relatou que os equinos com idade entre 5 e 15 anos possuem 1,61 vezes mais chance de possuir a síndrome cólica em relação aos animais com 4 anos ou menos. Em resumo, o risco do animal possuir cólica só aumenta ao passar dos seus anos de vida.

Sintomas

Reconhecimento dos sinais da cólica equina:

Os proprietários são orientados a observar o comportamento de seus animais e começam a perceber dois tipos de comportamento que podem indicar cólica. Primeiro, os comportamentos que se podem observar a olho, como por exemplo: rolar no chão, pisotear, deitar no chão, não comer, andar pela baia, suar, chutar, deitar e levantar e ficar com as orelhas para trás.

Em segundo, comportamentos baseados no próprio animal e no conhecimento sobre ele e o modo normal do mesmo agir. Como por exemplo, parecer um pouco apático, mal-estar, não estar feliz, parecer desconfortável. (SCANTLEBURY et al., 2014)

Escalona; Okell e Archer (2014) relataram que, a maioria dos cavalos com histórico de cólica equina podem apresentar o comportamento de morder o estábulo, ou madeiras em geral. O que pode, com o passar do tempo, acabar machucando os dentes e a boca do cavalo, quando esse comportamento começa a ser frequente.

 

Tratamento

A cólica pode sarar sozinha ou por meio de medicamentos, mas alguns casos podem resultar em comprometimento fisiológico grave, levando à morte rapidamente. (SCANTLEBURY, et al., 2014).

Em alguns casos, os cavalos que sofrem com a síndrome de cólica, podem não ser candidatos à cirurgia. Quando isso ocorre, os proprietários acabam sendo levados a tomar a decisão de coloca-los para dormir, ou seja, eutanasiar seu animal. 

Esta decisão, acaba sendo melhor para o bem estar do animal que se encontra em estado de dor quando a cólica é considerada muito grave. A idade e a qualidade de vida também são avaliadas para a tomada da decisão, segundo SCANTLEBURY et al. (2014)

Conclusão:

Os resultados deste estudo permitiram identificar diversos fatores de riscos para a síndrome cólica, incentivando os proprietários a observarem o comportamento de seus animais e, caso haja anormalidade neles, procurar atendimento veterinário o mais rápido possível. Também se conclui através desta revisão de literatura que o tipo de alimento fornecido para o animal, sua idade, sua raça, histórico de cólica e de cirurgias, entre outros fatores, influem na obtenção da cólica. Resultando em muita dor abdominal, a cólica pode levar o animal à óbito muito rápido. Quando não se há mais o que fazer, o proprietário acaba decidindo pela eutanásia do cavalo para o seu próprio bem-estar.

Referências bibliográficas:

ESCALONA, E. E. et al. Prevalence of and risk factors for colic in horses that display crib-biting behaviour. Eleventh International Equine Colic Research Symposium. Dublin, Ireland. Julho, 2014. Disponível em: < http://www.biomedcentral.com/1746-6148/10/S1/S3> Acesso em: 07 set. 2015.

LARANJEIRA, P. V. E. H. et al. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.6, p.1795-1800, set, 2009

SCANTLEBURY, C. E. et al. Could it be colic? Horse-owner decision making and practices in response to equine colic. Eleventh International Equine Colic Research Symposium. Dublin, Ireland. Julho, 2014. Disponível em: < http://www.biomedcentral.com/1746-6148/10/S1/S1> Acesso em: 07 set. 2015