Entenda a greve dos caminhoneiros aqui no Brasil do ponto de vista de um estudante indignado.

A greve dos caminhoneiros acaba de chegar ao seu 9° (nono) dia aqui no estado de Santa Catarina, e não só o estado quanto o país começam a calcular os custos dos churrascos nas principais vias de ligação entre o país.

Em uma de minhas reflexões sobre como eu consigo cuidar mais do dinheiro dos outros (empresas) do que de meu próprio patrimônio, acabei me deparando com uma situação. Eu havia gasto dinheiro com algo que não possuía necessidade eu ter comprado, e por um momento passou pela minha cabeça:

“A, mas eu estou trabalhando... depois eu recupero esse dinheiro certo? ”

Não... com certeza não.

O dinheiro que ali eu havia gasto, nunca mais irá voltar. É um raciocínio básico. Em aplicações, o dinheiro gera mais dinheiro. Em investimentos, talvez o dinheiro gere mais dinheiro. Porém, nunca gastando (notar o sentido literal da palavra gasto) vamos recuperar dinheiro. Acabou. Ele não vai voltar, e as minhas próximas receitas são frutos de suor, porém, são novas receitas, não uma espécie de matrix ou algo do tipo onde o recurso volta no tempo e restitui o que eu gastei.

Bem, o que isso tem a ver com a greve dos caminhoneiros?

Bem, o rombo para o país pode passar a casa dos 10 bilhões de reais (isso, contando somente o rombo que o “corte” de impostos irá nos proporcionar). Digo “corte”. Entre aspas mesmo. Devido a lei de Responsabilidade Fiscal, o governo possui metas orçamentárias a cumprir, e devido a esse “corte” da PIS/COFINS no diesel, obrigatoriamente haverá aumento de impostos e corte de despesas da União (e meu amigo, se você acha que o salário de algum senador, deputado, ministro ou governador vai diminuir, está muito enganado).

Uma coisa que eu quero que fique clara para o leitor deste artigo, é que o governo apenas distribui. Só isso. Quem gera receita para o governo somos nós. Quem gera despesa para o governo são as medidas sociais para satisfazer a população. Se o governo vai precisar de mais dinheiro para tapar buraco, ele vai no “tesouro nacional” extrair os recursos necessários.

Educação

Aqui existe o ponto que me deixa mais “triste” com essa greve. Todo cidadão tem direito de manifestar-se, seja pró ou contra algo. Porém, isso já passou dos limites. Para quem não me conhece, saiba que eu amo estar na Universidade que eu entrei, nem que seja a passeio. Desde que entrei na UNISUL, vesti a camisa e dou meu máximo como acadêmico para ajudar a Universidade a crescer, assim como a comunidade em vosso entorno, uma vez que temos de promover a extensão. E eu não consigo aceitar que por causa de uma greve eu perdi meu direito a transporte público, meu direito de estudar, meu direito de ir para o meu trabalho. Não necessariamente eu perdi esses direitos, mas é isso que eu sinto. Sei que não é bom para nenhuma das grandes Universidades aqui do estado ficarem paradas. Elas criam o futuro, e o futuro não pode estar de greve.

Importação/Exportação

Por fazer estágio nessa área, passei a estar mais atento ao mercado e como as variáveis afetam o consumidor final. Se tratando do consumidor final lá fora do país, imagino que vários medidores de pressão já tenham sido vendidos. Tamanha irresponsabilidade dessa greve apenas traz à tona a instabilidade que o país buscava deixar para trás. Independente de presidente, João ou Zé, eu me preocupo com a economia do vosso país, e os leitores podem ter certeza que não vai ser retrocedendo a 1964 que iremos conseguir alavancar nossa economia.

Simulador Mad-Max

Terminando de forma humorada, espero que o simulador do Mad-Max acabe em breve (filme interessantíssimo para quem quer ver da perspectiva de Hollywood no que o Brasil vai se tornar caso essa greve não pare). Meu maior medo é desligarmos o simulador Mad-Max e ligarmos o simulador Venezuela.

 

Nycolas Cardoso,
Estudante de Ciências Contábeis na Universidade do Sul de Santa Catarina,
Amante da ciência e do simulador Mad-Max.