SILÊNCIO PROFUNDO DA NOITE

Por Paulo Roberto Giesteira | 06/04/2016 | Poesias

SILÊNCIO PROFUNDO DA NOITE

                                                  AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Silêncio da noite,

Que acompanha as caladas pelos escondidos lugares,

                                                                         Ou nos recintos dos lares,

Não estamos sozinho longe por cada caminho,

Num aceno que abrangem os sons no deslizar das sedas, tergal e linhos.

Um afagado sossego vagam pelas sombras sozinhos.

Predileção por algo de estima que induz a aproximação introduzida pelos apegos.

Carícias das mãos iniciadas pelos significantes dedos,

Correntes dos laços a se protegerem dos impetuosos medos.

Não estamos tristes pelas impressões que na concepção bastante subsiste.

Não estamos alegres pelas plumas que pelo ar voam leves.

Não sabemos como estamos pelos ventos que indicam as direções

Aos lugares balançando como um pedaço de pano.

Não prometemos nada ao vazio pelas águas quentes ou frias dos rios,

Bagagens que viajantes levam preparados para o calor ou frio.

Não peçamos que algo o carregue

Pelo tempo daquilo de bom que se faz pelo tempo mais breve.

Sabemos tudo ou quase tudo sobre os andantes caminhos,

Aos apertos dos casais as reproduções sobre os seus ninhos.

Carência de pessoas que padecem de algum sequer carinho.

Bocas caladas se perdem pelas caladas,

Lábios de uma face que sempre é beijada.

Numa sensação da mão alada.

Jamais fomos sozinhos pelos descasos que encontramos pelos caminhos.

Esperamos da noite, o prazer de algo ter,

Como laços do amor dos casais de passarinhos.

A noite explicita eleva os bocejos pelos impulsos incitantes dos realejos,

As estâncias estranhas da desusa as magias pelos poderes dos fictícios duendes dos desejos.

As horas marcadas servem de ornamentações para as cerimônias dos festejados altares.

Um contato antes das dormidas faz cruzarem direções,

                                                                           Que servem de reproduções salutares.

As noitadas escancaram o prazer pelas inovações das relevantes viagens,

Por seus momentos tardios que atormentam os descansos entregues as muitas vontades.

Um sobre o outro aos degraus pra todos os andares.

Silêncio da impetuosa noite

Que convida os casais pra nos escuros namorar,

Pelas bocas sedentas que procuram o primeiro toque pra se abraçar.

Silêncio profundo da profanada noite,

Que ampara os amantes por seus bens a se aproximar,

Por todos os caminhos,

Por onde não estamos sozinhos por alguém a esperar.

Numa boa veste de renda, ou linho,

Num delicioso gole por uma saborosa taça de um bom vinho,

                                                                              Vulgar ou fino.

Acompanhados de melodias tocadas aos violoncelos, violões ou violinos.

Quem está com quem?

Por um buraco a desbravar pra entrar com um pino.

Pelos desesperos dos instantes,

Pela extensão da noite por um afeto arrepiante.

Desta distante noite que estamos talvez longe ou perto muito mais que aquém,

As bocas que sussurram à procura de alguém.

Estando profundo como a noite,

Ou pelas orgias das pernoites,

Pelos caminhos que indicam as pessoas que vão ou mesmo vêm,

                                                                                 Como relevar de algum açoite.

Neste silêncio de todas as noites,

Nos múrmuros lascivos e insaciáveis que só em um grande compartimento,

                                                                                           Tudo talvez se contém.

No silêncio mesmo da noite,

Bocas discutem a procura de alguém,

Pelas praças, escuridões, escritórios, ou nos dormitórios das casas,

Muitos, mas muitos estão sem ninguém.

Silenciados por uma longa noite,

O difícil é estar sozinho em qualquer lugar sem ninguém,

                                     Por isso cada um tem que ter o seu respectivo alguém.

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