NO SILÊNCIO DO IMAGINÁRIO..!

Não sei se hoje sou quem pensei ser!
Será que pensei demais ou de menos?
Agora, será que fui eu mesmo quem pensou?
Minh'alma inquieta não me define.
Ora sou eu e noutra hora, quem sou?

Esforço-me para compreender-me
Acredito que há vários de mim dentro de mim
Um é racional e o outro emoção incontida.
Estranho, afinal, penso não ser o que pensei
As cores são reais ou ganham brilho no imaginário?

Se entro dentro de mim penso que tudo é sonho
A realidade é construção do silêncio imaginário
Ouço as trocas de amores entre as rosas
Sinto o perfume e a poesia na alma de quem ama
Frente ao espelho me vejo, mas, sou eu mesmo?

Há quem ousa definir-me em tempos tão curtos
Mas, poderei não ser eu e sim o outro..!
Amor, ao teu lado sou eu mesmo com toda intensidade
A alma é flor que se deixa arrebatar pelo encanto
Mas, se não há encanto ela se vai, silenciosamente..!

Assim, ora sou eu e ora sou o outro, em mim mesmo
Sinto que pensar é apenas, elaboração etéria.
Sou breve, mas, sinto a eternidade ao teu lado
Sou o palco vazio e o público que aplaudiu o artista
Sou criança que ainda gosta de brincar de carrinho

Sou o homem que ama a inocência da criança
Sou adaptável, resiliente ou talvez indiferente..?
O importante, na perspectiva do outro
Pode não ser, o que de fato, valorizo.
Na verdade, não aprendi a sentir-me pleno.

Se sou páginas de minha minha vida, não sei
Afinal, não as leio e nem corrijo seus os erros
O que era insubstituível acabei por esquecer
A cada dia uma página em branco se apresenta
A cada tarde meia página já está escrita

Ao anoitecer a página ainda está incompleta
Adormeço, e logo escrevo o que estava faltando
Faltava você, afinal, tudo é possível nos sonhos.
Hoje, li o que escrevi e era eu mesmo, pois,
Metade era razão e a outra metade era você.

Por: Lourival Jose Costa