SEXUALIDADE NA TERCEIRA, QUARTA... IDADES

Por Maria de araujo | 27/09/2018 | Saúde

TEMA  – SEXUALIDADE NA TERCEIRA  IDADE

INTRODUÇÃO

A população idosa tem aumentado significativamente. Esse fato desperta maior atenção e preocupação com as características e demandas próprias da diversidade, dessa faixa etária que está acima dos 60 anos.

Chama atenção a pesquisa de Carmita Abdo, publicada no Mosaico Prosex onde aparece que homens e mulheres respectivamente situados na faixa etária 60 anos em diante apresentam segundo eles mesmos, o seguinte percentual de sexualidade ativa: Homens – 87,4 % e Mulheres 51,2 %.

Acreditando na relevância do tema, pretende-se abordá-lo procurando responder a questão:  Em que medida o idoso vive a sexualidade, dentro de suas limitações físicas, considerando que  os estudiosos a aceitam como ativa durante toda vida?

Pretende-se de maneira sintética, trabalhar o assunto, abrindo possibilidades para aprofundamento futuro. Serão abordados os aspectos legais, médicos, psicanalíticos, perspectivas presente e  futura.

O desenvolvimento  do tema seguirá a seguinte sequência:

1- Definição oficial/legal da Terceira Idade no Brasil

De acordo com a Legislação, a Lei que trata do assunto é a  Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994, que dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e  outras providências. Ela foi decretada pelo Congresso Nacional, com o objetivo de assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração  e participação o efetiva na sociedade.  A lei no Art. 2º considera idoso, para os efeitos legais, a pessoa maior de sessenta anos de idade.

2- Definição gerontológica da Terceira idade

O termo "Terceira Idade" foi criado pelo gerontologista francês Huet, cujo início cronológico coincide com a aposentadoria (entre 60 e 65 anos).

Os geriatras, sob o ponto de vista biológico, dividem as idades cronológicas em:

Terceira idade: 50 - 77 anos; Quarta idade: 78 - 105 anos.

Há ainda uma outra classificação que divide os idosos em 3 ramos:

Idoso jovem:  66 - 74 anos; Idoso velho: 75 - 85 anos; Manutenção pessoal: 86 anos em diante.

 

3- Definição Psicanalítica de sexualidade

Magda Maria Silva Tavares e Valeria Sena Carvalho (2011) conceituam que a “sexualidade é um fator que ocorre naturalmente na vida do ser humano, independente da idade, um elemento básico da personalidade que determina no indivíduo, um modo particular e individual de ser, uma forma de expressão que se adquire e se aperfeiçoa durante a vida inteira.”

Freud (1905) traz a concepção que a sexualidade está presente em todo o desenvolvimento e formação do ser humano. Através das zonas erógenas,  muitas relacionadas aos sentidos (olhar, olfato, boca, ouvidos, tato, e também os esfíncteres) a sexualidade é construída e constitutiva do sujeito. A influência de como é cuidado, tocado e estimulado, instiga o ser humano a perceber a voz, o cheiro, o toque, a higiene, enfim, tudo que o remete ao mundo e ao Outro. Assim a sexualidade está em todo ser humano.

Ao estudar a sexualidade das pessoas considera-se que o envelhecimento ocorre em diferentes e depende de diversos fatores ocorridos nas fases anteriores da vida, como as experiências vividas na família, na escola ou em outras instituições.

Assim, a terceira idade ou velhice não comporta um único conceito, uma vez que a idade cronológica pode não ser idêntica à idade biológica, psíco-social l do indivíduo.

4- Perspectiva Atual da sexualidade na Terceira idade

Salo Buksman, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia acredita que “Um dos motivos que levam à redução da atividade sexual entre os idosos é a perda de libido, que pode ocorrer devido à diminuição da produção hormonal masculina e feminina. “

Sobre o sexo entre os idosos, ainda é tema considerado tabu por muitas pessoas. A sexualidade é um fator que ocorre naturalmente na vida do ser humano, independente da idade, um elemento básico da personalidade que determina no indivíduo, um modo particular e individual de ser, uma forma de expressão que se adquire e se aperfeiçoa durante a vida inteira.

Porém, ainda há controvérsias atuais, quando a  sociedade ainda vê a sexualidade na velhice como um  algo reservado aos mais jovens, e que sexo é inadequado principalmente na mulher idosa o que desenvolve, insegurança e barreira psicológica.   Há a exigência de que os homens não podem falhar e as mulheres têm de ter  beleza, corpo perfeito e juventude como fontes únicas de atratividade. Esses aspectos fazem com que as pessoas se encapsulem, havendo diminuição da libido e realização sexual, sendo-lhes negado o direito ao prazer.

Há trabalhos sendo desenvovidos levando em consideração a posição do idoso na atualidade. Faculdades já trabalham o assunto através de cursos, bem como palestras. Há também atendimento individualizados de geriatras, gerontólogos, assistentes sociais, médicos, psicólogos, sexólogos.

A tendência é aumentar a população idosa, com a consequente necessidade de ser alvo de atenção pela sociedade e familiares.  

5. Perspectiva futura

Acredita-se que a medida que se aceita a situação social e  sexual do idoso através da escuta, da empatia e dos recursos disponíveis visando: ocupação, informação, esclarecimentos, espaços para encontros, atendimento psicossocial, atendimento médico, acesso a medicação necessária, cutura, lazer, academias, centros de apoio e congraçamento e principalmente acolhimento no sentido do reconhecimento das mudanças físicas, psicológicas e necessidades especiais, haverá maior valorização dos direitos humanos e direito ao prazer para todos idependente da faixa etária.

Conclusão

Foram trabalhados alguns aspectos procurando abrir janelas para a questão proposta: Em que medida o idoso vive a sexualidade, dentro de suas limitações físicas, considerando que  os estudiosos a consideram  ativa durante toda vida?

Percebe-se que o tema carece de aprofundamento, há muitas lacunas e mudanças de visão que podem ser consideradas.

A população avança com o aumento da longevidade e alguns recursos já disponíveis, de modo que é possível ver com esperança a possivel redução da  taxa pesquisada por Carmita Abdo sobre sexuaidade ativa: Homens – 87,4 % Mulheres 51,2 %.  

Acredita-se que o sexo na terceira idade pode ser libertador e prazeroso, mas depende de como se encara a velhice e as modificações que ela causa em todos os aspectos da vida.

Mediante orientação, vivência e busca de informações atendimento, médico, psicológico, o idoso pode lidar com conformismo e rejeição ou levar a velhice com criatividade