Neide Rossi 

Luciana Rossi Nascimento

Beatriz Lindomar de Oliveira 

 

Como educadoras da Etapa da Educação Infantil, nos  inquietamos com o exagero em que o EVA é utilizado na decoração e atividades nessas instituições. Esse material é usado em tudo que todos os espaços que se vai decorar, paredes, murais, calendário , tabelas de numerais, cantinhos da leitura ,ou seja em todos os ambientes da unidade escolar.

As personagens utilizadas variam desde fadas, turma da Mônica, típicos festivos como: coelhos, papai noel, a meninos e meninas as vezes sem todas as características humanas. Há ainda educadores que se utilizam de moldes e reguas com letras do alfabeto para escrever tudo que se sonhe em EVA.

Eu ainda me lembro do seu “filho” o Papel crepom, que eram utilizados em minhas atividades escolares em forma de bolinhas para completar atividades, mas depressa nos cansávamos…

Logo da minha caminhada de estudante de Pedagogia e recém-formada, acabei descobrindo que a Educação Infantil era mais importante do que uma etapa a ser cumprida, posterior ao Ensino Fundamental. Entendi que precisava conhecer as crianças realmente e não apenas me segurar apenas a propostas que tem em vista a aquisição da coordenação motora. Até por que essa aquisição tem que estar presente e coerente em momentos interessantes a criança.

Por fim embora as bolinhas de crepom já deixou a minha vida e de muitas professoras e crianças, elas ainda são praticas, não planejadas como deveriam com objetivos de desenvolver as habilidades decorrentes a elas em algumas Unidades Infantis.

Mas o papel crepom foi desaparecendo aos poucos, como o mercado de material pedagógico necessita vender, o “bendito” EVA substituiu esse lugar. Hoje existe folhas de EVA de varias cores, com desenho, felpudo e com gliter. 

Entretanto sem entrar no âmbito da beleza, me questiono desde que entrei nessa área: Por que os professores persistem em priorizar modelos padronizados ás marcas infantis? Por que as produções feitas pelas crianças não tem valor e são sobrepostas pelas decorações feitas pelos professores?Por que usar-se de referenciais uniformes(padrões)se pode abrir um universo á diversidade das produções das crianças que ajuda a garantir a identidade da Unidade escolar? Gostaria de deixar claro de que não sou contra o uso do material EVA, mas sim lembrar que o E.V.A (etil, vinil e acetado) é um produto oriundo do petróleo, e sua eliminação só é possível a altas temperaturas. Depois de converte-se ao pó, não fica solúvel e o solo não o absorve. Ao se queimar esse “bendito” material, polui-se o ar, por que libera gás carbônico e atinge a atmosfera. O EVA leva em media de 250 a 400 anos para se decompor no meio ambiente, o que ??? isso mesmo leva esse tempo todo. Você já para pensar sobre o E.V.A?

 

Dessa maneira fico pensando que poderíamos sim ,utilizar-se mais de PAPEL, eu particularmente gosto muito, com o crepom por exemplo pode-se fazer barangandão, fantasias, fitas evoaçantes o vento,pintar, ver o papel diluir na água entre outros.  O EVA para mim tem as desvantagens até por que eu não sei recortar, para que não fique picotado, não me agrado em peças pequenas e nem em desenhar no “bendito” olhos e bocas ou o que seja para desenhar. Analiso que não adianta sugerir praticas inovadoras desvinculadas de uma função social. Não é possível falar em educação, em desenvolvimento sustentável e continuar utilizando esse material em paredes e espaços escolares. É necessário que nos tornemos professores questionadores e não somente o que repete atividades. É preciso refletir que o físico da Unidade tem seu lugar que fala, ela mostra o que pensam e o que usam os professores, do que é ensinado as crianças, assim ela se comunica e apresenta as concepções do grupo. Ou expor o que a criança de fato fizeram, produziram, seja nas paredes, banheiros, área externa estamos mostrando que a pratica escolar é pautada na ações das crianças. No entanto, se pensarmos bem uma folha de papel é limitada para que as crianças signifiquem o que ela vivenciou e experimentou nessa etapa da educação. Por que não utilizarmos nas decorações registros fotográficos das aprendizagens e as produções feitas por elas? 

Emfim se o “bendito” EVA demostra poluição visual e ambiental, por que não utilizar-se de materias neutros e que com cultura significativas aos pequenos para exaltar os processos de ensino-aprendizagem que a escola desenvolve. Dessa maneira a Unidade e os professores que dela fazem parte podem comunicar que acredita na criança, capaz, viva e pesquisadora de si e do mundo.  


Referência Bibliograficas:
WWW. institutoavisalá.com.br