Uma pesquisa com um grupo de pessoas de nacionalidades e etnias diferentes tinha como  principal pergunta: “você teria coragem de perguntar quem você realmente é?”

          A pesquisa foi direcionada às pessoas que por um motivo ou outro, consciente ou inconscientemente, afirmavam suas identidades a partir da origem a que acreditavam pertencer, considerando os ascendentes imediatos e eliminando a hipótese de pertencer  a grupos ou nacionalidades com as quais rivalizavam por razões culturais ou por disputas passadas e presentes  .

         Foi-lhes então sugerida uma viagem com base no DNA sob a ótica de que cada um carrega em si, na proporção de 50%, os genes  de cada ascendente e assim sucessivamente, numa árvore genealógica comprovada cientificamente.

          Não faltaram surpresas, decepções e descrenças, mas sobrou a constatação de que “não haveria tantos extremismos no mundo se de fato as pessoas soubessem das suas  origens”, que “você tem mais em comum com o mundo do que imagina” e que “um mundo aberto começa com uma mente aberta”.

          Desde que o Mundo é mundo, a migração por mares e terras se tornou constante e por mais que alguns grupos e etnias promovessem a auto segregação, para manutenção de uma identidade ilusória e uma pureza que apenas caiba na imaginação, a miscigenação concretizou-se.  Ao mesmo tempo, que a fusão de corpos se dava biologicamente e a integração de culturas se impunha, o homem  fragmentava as relações na busca de se sobrepor a grupos que  de acordo com a sua ideia de soberania, eram inferiores,  promovendo guerras e com ações de toda ordem com o objetivo de dominar, caminhando para um individualismo sem precedentes e tão presente nos dias de hoje.

          As religiões que por princípio e filosofia tem como pregação precípua o amor, o respeito ao próximo e a união, não tem sido capazes de fazer valer os seus mandamentos,  serviram  e ainda servem a uma prática absurdamente contrária aos pressupostos religiosos ao ponto de serem utilizadas para que irmãos se digladiem  e justifiquem atitudes das mais impiedosas. O que prevalece é um desejo de poder incondicional.

          Historicamente, a ciência que busca encontrar explicações para aquilo que não se consegue explicar, quase sempre está na contramão dos dogmas da igreja e por contradição, talvez seja ela que irá promover a reflexão sobre quem somos, de onde viemos, para onde vamos e sobre o que estamos fazendo aqui.