Nem tudo vale a pena

Inobstante ser a alma

Grande ou pequena

É o que venho a dizer

 

Perdão grande poeta

Os veios de tal sentença

Mas declino de tua crença

E te peço também pra ver

 

Quando deparo no mundo atual

A luta pela sobrevida

Que mais parece arrefecida

Pelas tolices materiais

 

Vêm-me alguns pensamentos

Que contam os tais tormentos

Do homem moderno

Com seus anseios banais

 

Meninos morrendo de fome

Gente que vale menos que um pão

Pais que nem deviam ser filhos

E muita vida de cão

É meu grande Fernando,

Pelo menos um mar,

Com lágrimas, deste a Portugal

Que lindo inda espelha o céu

 

Mas nós, sem eiras e nem beiras

Nunca vimos o bojador

Apenas levamos essa dor

Que em nosso peito só se amontoa.