1 INTRODUÇÃO

            O Sistema Financeiro exerce a função crucial de intermediar os recursos entre os agentes econômicos, fazendo com que a atividade produtiva se desenvolva, assumindo papel de base para a estabilização econômica de um país (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2016).  Nesse sentido, os agentes econômicos exercem todos os dias, dentro do Sistema Financeiro, operações de natureza monetária na busca de alocar os seus recursos da forma mais eficiente possível.

            Na busca de alocar seus recursos, os indivíduos se deparam com diversas formas de o fazê-lo e uma dessas formas é direcionar seus recursos no mercado financeiro. O mercado financeiro aloca os recursos excedentes de posse dos indivíduos, ou seja, estabelece a conexão que faz com que a poupança dos indivíduos seja alocada no financiamento de empresas ou projetos, tornando-se investimentos (FORTUNA, 2010).

            Uma das soluções do mercado financeiro, se não a principal, é o mercado de capitais. O mercado de capitais é o local onde as empresas de capital aberto negociam suas frações acionárias, colocando a venda parte do seu patrimônio para alocação de recursos por parte dos agentes econômicos (WELLISCH, 2018). Contudo, o mercado de capitais é bastante complexo e envolve decisões de risco por parte dos agentes econômicos.

            Os indivíduos, sabedores do risco que tomam, procuram formas diferentes de conseguir diminuir os riscos que assumem no mercado. Uma das formas de minimizar os riscos é diversificar as ações de compra, formando uma espécie de carteira de ações, distribuindo os recursos investidos em diversas opções de compra. O indivíduo espera que o risco da sua carteira seja minimizado pela diversificação, causando um efeito quase nulo, sendo a relação retorno esperado e risco diversificado a base para formação de carteiras (SCHIROKY, 2007).

            Ao longo do presente trabalho será abordado de forma teórica a descrição geral dos ativos, bem como a teoria da seleção de ativos de Markowitz, de forma mais aprofundada, modelo de precificação de ativos e avaliação de riscos. Será apresentado de forma prática a descrição geral dos ativos de uma carteira hipotética que possui as empresas Petrobrás S.A, Itaú investimentos S.A, B³ S.A, Suzano Papel e Celulose S.A e Gerdau S.A, bem como suas respectivas ações e comportamento no mercado.

2 ABORDAGEM TEÓRICA E DESCRIÇÃO GERAL DOS ATIVOS         

2.1 Teoria de Seleção de Carteiras de Markowitz   

            Segundo Menezes (2018), há um consentimento entre os estudiosos da área de Finanças que Harry Markowitz, ao publicar seu livro Portfolio Selection, em 1952, sendo o precursor das teorias das Finanças Modernas, apresentando os conceitos de risco e retorno. Dessa forma, a Teoria de Seleção de Carteiras baseia-sena composição ótima de uma carteira de ativos, objetivando a maximização do seu retomo esperado. Por isso que seus pressupostos básicos consistem em compreender que os investidores tem aversão ao risco, buscando a maximização da utilidade esperada dos retornos  esperados, considerando que os retornos dos títulos tenham distribuição normal, num contexto de mercados eficientes. Ou seja, pode-se concluir com Assaf Neto (2003), ao comentar que “a seleção de carteiras procura identificar a melhor combinação possível de ativos, obedecendo as preferências do investidor com relação ao risco e retorno esperados”.

2.2 Modelos de Precificação de Ativos e Avaliação de Risco    

 

            Segundo Assaf Neto (2003), um dos aspectos importantes do desenvolvimento das teorias de finanças é o modelo de precificação de ativos, divulgado através do Modelo CAPM (capital asset pricing model). Tal modelo originou-se justamente do modelo proposto por Markowitz na seleção de carteiras. Dessa forma, os pressupostos desse modelo consistem tem, além de um mercado eficiente, obter expectativas homogêneas entre os investidores, acrescido de um ativo livre de risco. Também é importante mencionar que o portfólio de mercado deve ter somente o risco sistemático, isto é, aquele risco do ativo que é inerente ao sistema econômico do período.

            Ainda conforme Assaf Neto (2003), o modelo CAPM é usado de forma ampla nas operações e análises do mercado de capitais, auxiliando os investidores nas tomadas de decisões, obtendo análise de risco e de taxa de retorno próximas. Um dos coeficiente desse modelo é o coeficiente beta (ß), que indica a sensibilidade do retorno das ações às mudanças de retorno no portfólio de mercado.

 

2.3 Descrição Geral dos Ativos da Carteira  

 

2.3.1 PETR4 (Petrobrás S.A.)      

 

            O ativo PETR4 indica a ação preferencial da empresa Petróleo Brasileiro S.A., mais conhecida como Petrobras. Hoje em dia, de acordo com a Trading View (2018), é a ação mais negociada em termos de volume, na Bolsa de Valores brasileira. A Petrobras é uma empresa do ramo de petróleo e gás integrada. A companhia atua em diversas partes do mundo, sendo esta majoritariamente estatal, sendo uma empresa pública de economia mista. É considerado um ativo de alta volatilidade e risco no mercado.

 

2.3.2 ITSA4 (Itaú Investimentos S.A.)    

 

            O ativo ITSA4 indica a ação preferencial da empresa Itaú Investimentos S.A., atuante no setor bancário. Segundo a Trading View (2018) A empresa trabalha em dois segmentos:  financeiro e industrial. A parte financeira a qual a Itaú Investimentos S.A. atua é com produtos bancários, junto à Itaú Unibanco Holding S.A., e a divisão industrial é responsável pela atuação da empresa Itautec S.A., que fabrica equipamentos e computadores de automação comercial e bancária. É considerado um ativo rentável no longo prazo com bons dividendos.

2.3.3 B3SA3 (B3 S.A.)       

            O ativo B3SA3 indica a ação ordinária da empresa B3, ou [B]³ (Brasil, Bolsa, Balcão), sendo um ativo da própria Bolsa de Valores oficial do Brasil. Já foi a quinta maior bolsa de mercado de capitais e financeiro do mundo, com um patrimônio em torno de 13 bilhões de dólares. Segundo a Agência Brasil (2018), a empresa surgiu há pouco tempo, devido à fusão da antiga BM&FBOVESPA com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), devidamente aprovada pelos órgãos reguladores do país, no ano de 2017[1]. É considerado um ativo relativamente novo, com razoável volatilidade e crescimento no longo prazo.

2.3.4 SUZB3 (Suzano Papel e Celulose S.A.)

            O ativo SUZB3 indica a ação ordinária da empresa Suzano Papel e Celulose S.A., que atua no ramo de produção de papel e celulose. Segundo a própria Suzano (2018), a empresa é a segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e a maior fabricante de papéis da América Latina. A empresa atua no segmento de eucalipto, comercializada em 31 países, e papel, vendido em mais de 50 países. É considerado um ativo com razoável volatilidade e com tendência de crescimento no longo prazo.

2.3.5 GGBR4 (Gerdau S.A.)

            O ativo GGBR4 indica a ação preferencial a empresa Gerdau S.A., sendo essa uma grande empresa no ramo da siderurgia, possuindo operações em 11 países, numa capacidade instalada de mais de 25 milhões de toneladas de aço bruto por ano[2]. O ativo GGBR4 é considerado um arquivo e alta volatilidade e risco no mercado. [...]