1 E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. 2 E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. 3 O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. 4 E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. 5 E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa. 6 E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. 7 E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. (Atos 3:1-7).

INTRODUÇÃO: Sabemos que a falta de recurso financeiro impõe grande sofrimento ainda mais se a pessoa for portadora de deficiência grave como a do personagem do texto supracitado. De acordo com (Atos 3.2), o homem que pedia esmola era coxo desde o ventre de sua mãe, e tinha mais de quarente anos (At 4.22). Então podemos afirmar que seu sofrimento se estendia por mais de quatro décadas. É verdade que ele recebia ajuda, pois era colocado todos os dias a porta do templo para pedir esmolas. No entanto, nem as pessoas que o ajudavam transportando, nem as que contribuíam financeiramente podiam ser resposta para sua real necessidade, até que numa tarde, ele pediu esmola a Pedro e a João. 

Com base neste encontro entre Pedro, João e o Paralitico, veremos a seguir cinco coisas que a pessoa precisa para ser resposta para necessidade alheia. 

I. PRECISA TER BOM RELACIONAMENTO COM DEUS. 

E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. (v,1). Pedro e João tinham o hábito de falar com Deus em oração as 15:00 horas (hora nona), as 09:00 da manhã (terceira hora), e as 12:00 horas (sexta hora). Foi por volta das 09:00 horas da manhã que os 120 cristãos, obviamente com Pedro e João, estavam em oração quando foram revestidos de poder (At 2.15). Foi ao meio dia que Pedro subiu ao terraço para dialogar com Deus (Atos 10.9).  Fica evidente que Pedro e João tinham bom relacionamento com Deus pela quantidade de vezes que conversavam com Deus em oração. Um casal que têm bom relacionamento não consegue ficar sem conversar por muito tempo. O prazer deles a companhia um do outro. Assim era o relacionamento de Pedro e João com Deus. Tinham prazer de permanecerem na presença do Senhor através da oração. Por este motivo tinham fé para realizar milagres no Nome de Jesus. A todo o momento pessoas estão em busca de solução para diversos problemas que enfrentam, bom relacionamento com Deus é o que precisamos ter para sermos resposta que elas precisam.

II. PRECISA INDICAR A DIREÇÃO QUE SE DEVE OLHAR. 

E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. (v,4) – De acordo com Atos 3.3, o paralitico olhou para Pedro e João e pediu-lhes esmola. Certamente, neste momento, ele encontrava-se assentado, portanto, para enxergar os apóstolos teve que olhar para cima, mas, em seguida, deve ter olhado para baixo, comportamento natural de uma pessoa posicionada em lugares estratégicos para pedir esmola. Então Pedro juntamente com João decidiram indicar a direção correta para ele dizendo: “Olha para nós”, ou seja, para de olhar para baixo, olhe para cima.

Muitas pessoas oprimidas estão andando como a mulher encurvada olhando somente para o chão (Lc 3.11). A igreja precisa indicar para elas a direção que devem olhar.  Quando os destinatários da carta aos Hebreus, por causa das aflições sofridas, estavam enfraquecendo espiritualmente, imediatamente o autor da carta indicou a direção dizendo que deveriam permanecer “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12.2).

Quando o moço servo de Eliseu olhou para o exército Sírio cercando a cidade para prende-los, entrou em desespero, porém, Eliseu pediu a Deus que abrisse os olhos do moço para ver que maior era o exército celestial que estava com eles (2Rs 5.15.17). A semelhança do paralítico, da mulher encurvada e do moço de Eliseu, muitos estão olhando na direção errada, no entanto, os servos de Deus, devem chamar a responsabilidade dizendo: “Olha para nós”, e indicar a direção que elas devem olhar. 

III. PRECISA OFERECER NÃO O QUE O NECESSITADO DESEJA, MAS O QUE PRECISA.

E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda (v,6).

O versículo 6 revela que o paralitico desejava ganhar esmola, porém, Pedro disse: “não tenho”. Pedro poderia ter prometido trazer uma esmola em outro dia. Mas a real necessidade não era financeira, mas de um milagre, pois ele era paralitico. Assim é a vida de muitas pessoas, sofrem de paralisia espiritual, não conseguem dar um passo na direção de Deus.

A cena do paralitico pedindo esmola vem se repetindo de geração em geração, são milhares de pessoas mendigando falsa paz, usando drogas e outras infinidades de coisas que as afastam de Deus cada vez mais. Para ser resposta para necessidade alheia, temos que oferecer a elas não o que desejam, mas o que precisam. Elas precisam da graça de Deus, precisam do milagre da salvação e libertação.

IV. PRECISA CONSERVAR AS DÁDIVAS RECEBIDAS DE DEUS.

E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda (v,6).

Veja que Pedro disse “não tenho prata nem ouro”, para o que o Paralitico desejava, e “o que tenho isso te dou”, para o que ele realmente precisava. Mas o Pedro tinha? Quando foi que ele adquiriu o que ele alegava ter? Respostas para estas indagações podem ser respondidas em Atos capitulo 2, que registra a descida do Espirito Santo sobre a vida de Pedro e outros. Ele foi revestido de poder e conservou o que havia recebido em sua vida. É evidente que a vigilância e a permanecia na presença de Deus em oração, foram fatores determinantes para Pedro e João conservaram o poder e a autoridade de Deus na vida. Lamentavelmente muitos que outrora louvavam ao Senhor, não louvam mais, pregavam e não pregam mais, oravam e deixaram de orar, profetizavam e não profetizam mais. Pela falta de vigilância e oração perderam estas dadivas de Deus. Alguém nesta situação pode até dizer ter ouro e prata, todavia, jamais poderá dizer; “Em nome de Jesus, o Nazareno, levanta-te e anda”. Conservar o poder e a autoridade de Deus na vida é de fundamental importância para abençoarmos outras pessoas.

V. PRECISA ENTENDER O VALOR DE UMA MÃO ESTENDIDA.

E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram (Atos 3.7).

Após dizer ao paralitico, “levanta-te e anda”, Pedro estende a mão é o levanta. Pedro entendia o valor de uma mão estendida. Quando foi ter com Jesus sobre as águas, e começou a afundar, Jesus estendeu a mão e o socorreu (Mateus 14.22-32). Para nos socorrer, no calvário Jesus estendeu não uma, mas as duas mãos. Jesus foi a resposta para a necessidade da humanidade entregue ao domínio do pecado (Rm 4.25).  Existem várias formas de estendermos as mãos para ajudar, a saber:

  • Orando de mãos levantadas sem ira nem contenda (2Tm 2.8),
  • acolhendo uns aos outros como também Cristo nos acolheu (Rm 15.6),
  • levando os fardos pesados uns dos outros (Gl 6.2);
  • cuidando dos interesses dos outros (Fp 2.4),
  • suportando as fraquezas dos fracos (Rm 15.1),
  • sendo bom para com os pobres (Pv 19.1),
  • encorajando e edificando uns aos outros (1Tss 5.11), e...
  • outras infinidades de maneira de estender as mãos trazendo solução para necessidade do próximo.

Conclusão: Para ser solução e não problema, é imprescindível ter comunhão com Deus, ser como um farol que orienta a direção dos navios durante a noite evitando acidentes. Discernir corretamente a real necessidade do semelhante, mantendo-se cheio do poder de Deus para ter condições de estender as mãos para ser solução para a necessidade alheia.  

Autor: Antônio Pacifico