SE DEUS É BOM POR QUE ORDENOU A MORTE DE POVOS DA ANTIGUIDADE?

É preciso entender que a Santidade de Deus exige pronta punição para o pecado! Isso por que, a Santidade de Deus não compactua com o pecado e nem o minimiza! Até por que, Deus não seria perfeitamente Santo se Sua Natureza Divina tolerasse e/ou minimizasse a prática do pecado! Dito isso, chamo a atenção para o fato de que é possível verificar no relato vétero-testamentário, que, no que tange a alguns povos da antiguidade, a medida de seus pecados tinha chegado ao ponto de Deus intervir na história deles e sobre eles executar juízo e, isso é facilmente verificável quando fazemos a leitura do Antigo do Testamento! Foi assim com Sodoma e Gomorra, por exemplo! E não apenas com Sodoma e Gomorra, como também, com outros povos naquela época da história da humanidade!

 

Por outro lado, num dado momento da história dos amorreus, Deus acerca da medida de pecados deles, assim se manifestou: “...porque a medida da injustiça dos amorreus ainda não está cheia”, ficando claro, que apenas quando essa medida de injustiça se encontrava cheia o juízo de Deus era exercido sobre um povo!

 

Acerca de Sodoma e Gomorra quando Abraão quis saber de Deus se ele destruiria também o justo juntamente com o ímpio, a resposta final de Deus a já insistente intercessão de Abraão foi a de que se porventura se achassem ali dez justos, Deus não a destruiria por amor aos dez! E, bem sabemos, qual foi o desfecho dessa história: a destruição de Sodoma e Gomorra, sendo poupados apenas Jó e sua família, e isso Deus o fez por amor ao seu servo Abraão! Daí é possível concluir que a medida de pecado daquele povo já estava cheia diante de Deus! E era chegado para eles o dia do juízo!

 

Por sua vez, no que tange ao escolhido povo de Israel, verifica-se no relato bíblico que os muitos cativeiros aos quais o povo de Israel foi submetido eram juízos de Deus sobre aquele povo de dura cerviz e que, segundo nos relatam as Sagradas Escrituras, só não foi destruído por causa da aliança de Deus com seu servo Abraão! O fato é que em cada uma das promessas que fez, Deus se autolimitou! 

 

Apreende-se da leitura do texto bíblico que ao fazer alianças com os seus servos, Deus criou para si uma espécie de conflito! O conflito entre o fato de que a Sua Santidade exige pronta punição para o pecado com o fato de que Ele não vai contra aquilo que Ele mesmo prometeu em Sua Palavra! E, por essa razão, cada Aliança de Deus com os seus servos no Antigo Testamento foi uma forma de autolimitação Divina!

 

É de se ressaltar, que em cada uma das autolimitações de Deus no Antigo Testamento, já havia um vislumbre da Graça de Deus, que, na verdade, sempre existiu! Todavia, no contexto vétero-testamentário, apenas alguns poucos se mostraram capazes de percebê-la, como, por exemplo, Davi! Prova disso é a forma como Davi se relacionava com Deus! 

 

Deus revelar-se como o Único Deus às Nações, foi a razão de Abraão ter sido escolhido, para que por meio de seu Descendente, se cumprisse a promessa que outrora lhe fora feita por Deus: "E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz." [Gênesis 22:18]. E aqui, Descendência tem um significado profético apontando para Jesus, o Messias que haveria de vir em cumprimento à Lei e aos Profetas [2 Samuel 7:12-17 e Hebreus 1]. E, por esta razão, Jesus alega não ter vindo para destruir a Lei, e sim, para cumprí-la! Até por que, tudo no Antigo Testamento aponta para Jesus!

 

Revelar-se foi o propósito de Deus quando tendo escolhido a Moisés, enviou-o a Faraó a fim de libertar o povo hebreu, que na ocasião se encontrava sob o jugo egípcio; de forma que os milagres e prodígios realizados por Deus, por intermédio de seu servo, por ocasião, da libertação dos hebreus e, por ocasião, de sua peregrinação no deserto, não foram de forma alguma uma atitude de pirotecnia.

 

Aos que não conseguem entender o motivo pelo qual Deus quis se fazer conhecido entre as Nações, o fato de Deus ter se revelado no Antigo Testamento com o intuito de se mostrar como o único e verdadeiro Deus o torna um Deus vaidoso! Não percebendo que revelar-se era o único meio de Deus se fazer conhecido, visto que o homem pela sua própria sabedoria nunca se mostrou capaz de conhecê-lo como Ele verdadeiramente é: Pai zeloso que tem muito mais prazer na benignidade do que na ira! Prova disso, encontramos no relato do livro do profeta Jonas em que Deus havendo dito que destruiria Nínive, compadeceu-se daquela cidade, quando verdadeiramente houve o arrependimento por parte do povo que ali habitava.

 

Dessa revelação de Deus aos homens por meio de seu povo escolhido, percebe-se a incapacidade humana em apreender a plenitude da Revelação Divina e por esta razão a Revelação se dá de forma gradativa, pois, como diz o apóstolo Paulo "...agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido." [I Coríntios 13:12].

 

Nos dias atuais, não rara as vezes, ficamos chocados com a maldade no mundo em nossos dias, não é mesmo? Então, surge a seguinte pergunta: "o que impede que sejamos igualmente aniquilados por Deus tal qual ocorreu à Sodoma e Gomorra?". E a resposta, é: Graça, tão somente Graça! Graça: Porta que Deus abre e ninguém fecha e porta que quando Deus fechar, ninguém abre! Pois, é favor imerecido de Deus!

 

Ocorre que a Bíblia de capa a capa é permeada pela mensagem do Plano de Deus para salvação de todo aquele crê! E nela, descobrimos que Deus, por ocasião da plenitude dos tempos, tornou manifesta a nós Sua Graça por meio de Cristo Jesus! De forma que nos afirmam as Sagradas Escrituras que os que estão debaixo da Graça, já não estão mais debaixo da maldição da lei! A lei dizia: "olho por olho dente por dente", a Graça, por sua vez, sem jamais compactuar ou minimizar o pecado, inaugurou um novo e perfeito e único caminho: o caminho da justificação diante de Deus pela fé em Cristo Jesus! De forma, que aos que se colocam debaixo da Graça, Deus quando olha Deus vê justificados! E por essa razão Jesus acerca de si mesmo, assim nos informa: 

 

João: 3. 16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna; 17. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18. Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. 19. E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.

 

Acerca disso, sabiamente, foi dito por um pregador: Ninguém irá para o inferno porque é pecador! E sim, por haver desprezado o Sacrifício de Cristo na cruz do Calvário.

 

Jesus veio para morrer pelos nossos pecados em nosso lugar, a fim de que por meio do sacrifício dEle na cruz nos reconciliássemos com Deus! Por essa razão, o autor do livro aos Hebreus nos informa que Jesus é o portador uma melhor aliança, a aliança em seu sangue. Por sua vez, o apóstolo Paulo assim nos esclarece:

 

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a Graça sobre todos os homens para justificação de vida. Pelo que se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já se passaram, eis que tudo se fez novo. Porque pela graça sois salvos, por meio dá fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus, não vem das obras para que ninguém se glorie.”  (Romanos 5:18, II Coríntios 5:17 e Efésios 2:8-9).

 

O problema é que nos dias atuais, a ideia de que Deus é Amor tem sido propagada de uma forma desassociada do fato de que Ele também é Justiça! E essa ideia equivocada de um Deus amoroso que nos aceita como somos sem exigir de nós mudança de vida, tem sido um terrível engano na vida de muitos! Não percebem ou não querem perceber que a Natureza Divina de Deus mesmo nos tempos da Graça continua não compactuando com o pecado! Ignoram o fato de que a Verdade de Deus não muda para se adequar à nossas conveniências! E porque a Natureza Divina de Deus não muda é que somos igualmente chamados por Deus ao arrependimento, em que devemos nos achegar a Ele por meio de Seu Filho Jesus como estamos, a fim de viver como Ele deseja que vivamos, ou seja, no centro de Sua Vontade! Até por que, se não somos capazes de saber com 100% de certeza que chegaremos vivos ao outro lado da rua, como poderemos ser capazes de saber o que é melhor pra nós? Resta-nos, pois, como melhor alternativa confiar nossas vidas a Deus, na certeza de que Ele sabe o que é melhor para cada um de nós!

 

O fato é que uma vez que a humanidade não se mostrou capaz de conhecer a Deus, Deus se fez conhecer por meio de Seu Filho, o qual, é a expressa imagem do Deus Vivo! Por essa razão, se quisermos saber como Deus é, tudo o que precisamos fazer é olhar para Jesus! Pelo que assim nos dizem as Sagradas Escrituras: 

 

“Ninguém jamais viu a Deus. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer. Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que creem.” (João 1:18 e I Coríntios 1:21).

 

E ainda acerca de Jesus nos afirmam as Sagradas Escrituras: 

 

Hebreus: 1. 1. Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, 2. nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo; 3. sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas.

 

Talvez, você se ache merecedor do favor de Deus e, acredite que por ser bonzinho, não necessita de arrependimento e de se voltar para Deus! Pensa comigo, se você toma ou apoia decisões injustas, você é mau! Se você se cala ante às injustiças da vida, você é mau! Se você usa de dissimulação para enganar o seu próximo, você é mau! Se você tenta diminuir o seu próximo para se sentir grande, você é mau! Se você paga o mal com o mal, você se torna igual a seu opressor e isso te torna mau! Se você age com falsidade e provoca intrigas, você é mau! Enfim, se você faz a seu próximo aquilo que não gostaria que te fizessem, você é mau! O fato é que há muitas formas de ser mau! Até o bem que deixamos de fazer é uma forma de ser mau! E se você é mau, você colabora para que o mundo em que vivemos seja mau! E assim, a medida de pecado no mundo vai se enchendo diante de Deus! E nessa medida não entra só o pecado do homossexual, do adúltero, da prostituta, do fornicador, do sodomita, do corrupto, do estuprador, do ladrão e do assassino! Entra também todas as nossas ações e omissões que de alguma forma, direta ou indiretamente, cooperam para o mal no mundo! “Não há um justo sequer”, afirmam-nos as Sagradas Escrituras a nosso respeito! E afirmam-nos ainda, que aquele diz que não tem nenhum pecado chama a de Deus de mentiroso. As Boas Novas do Evangelho é a de que em Cristo o homem é justificado diante de Deus, para a partir daí viver em novidade de vida!

 

Aos que insistem em se ressentir contra Deus, convido a refletir no seguinte trecho do livro do autor Philip Yancey, quando acerca da encarnação de Jesus assim se manifestou:

 

"Aprendi acerca da encarnação quando mantive um aquário de água salgada. Gerenciar um aquário marinho, descobri, não é tarefa fácil. Precisava manejar um laboratório químico portátil para monitorar os níveis do nitrato e o conteúdo de amônia. Bombeava dentro dele vitaminas, antibióticos e sulfa, e enzimas suficientes para fazer crescer uma rocha. Filtrava a água por meio de fibras de vidro e carvão, e o expunha à luz ultravioleta. Era de esperar que, à vista de toda essa energia despendida em benefício dos meus peixes, eles ficassem pelo menos gratos. Mas não. 

 

Toda vez que minha sombra aparecia por cima do tanque, eles mergulhavam em busca de abrigo na concha mais próxima. Demonstravam só uma “emoção”: medo. Embora eu abrisse a tampa e jogasse dentro alimento em horários regulares, três vezes ao dia, reagiam a cada visita como sinal certo de meus desígnios de torturá-los. Eu não podia convencê-los de minha verdadeira preocupação. Para os meus peixes eu era a divindade. Era grande demais para eles; minhas ações, incompreensíveis demais. Meus atos de misericórdia, eles os viam como crueldade; minhas tentativas de curá-los, consideravam-nas destruição. 

 

Mudar suas perspectivas, comecei a entender, exigia uma forma de encarnação. Eu teria de me tornar um peixe e “falar” a eles em uma linguagem que pudessem entender. 

 

Um ser humano transformando-se em peixe não é nada se comparado a Deus tornando-se um bebê. E, de acordo com os evangelhos, foi o que aconteceu em Belém. O Deus que criou a matéria tomou forma dentro dela, como um artista que se tornasse uma mancha em uma pintura ou o autor de uma peça que se transformasse em um personagem dentro de sua própria peça. Deus escreveu uma história nas páginas da história real utilizando apenas personagens verdadeiros. A Palavra se tornou carne.".

 

Finalizo com o seguinte texto bíblico:

 

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era com Deus; Ele estava no princípio com Deus; todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Veio para o que era o seu, e os seus não o receberam, mas aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. João 1.1-3, 12, 12 e 14.

 

Diz a Bíblia que um dia, Deus há de julgar aos vivos e aos mortos, de todas as tribos, povos, línguas e nações e diz ainda que todas as coisas estão patentes de diante dEle e que Ele retribuirá a cada um segundo suas obras. Só há um jeito de escapar da condenação e, para isso Cristo morreu na cruz em meu e em seu lugar, para que todo aquele que nEle crer seja salvo.