Se ainda crês, Creia!

Eu sei que os passos do tempo nos levam a veredas indesejáveis, e que nas pautas a trilhar, há entremeios que fazem desabar o corpo, despejar a alma e ressecar o coração; mas, se és daqueles que ainda creem, busque a relíquia dita pelo Pai que, apesar de se lamentar: “Eu criei e eduquei filhos, mas eles se revoltaram contra mim; o boi conhece o seu proprietário, e o burro a coxeia do seu dono, mas Israel não conhece nada, ... Que me interessa a quantidade de seus sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos... Parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados, assembleias... não suporto injustiça junto com solenidade... para mim se tornaram um peso que eu não suporto mais. Quando vocês erguem para mim as mãos, eu desvio o meu olhar; ainda que multipliquem as orações, eu não escutarei...” (Is 1:1-15). E na época de Jeremias (Jr 7:3-11; 7:16,17): “Quanto a você, não reze por este povo, não faça preces nem súplicas em favor deles. Não insista comigo, porque eu não vou atender...” Ainda assim, ainda é capaz de dizer: “Darei a eles um coração íntegro, e colocarei no íntimo deles um espírito novo. Tirarei do peito deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Jr 24:7; 32:39-41; Ez 11:19,20). E disse mais: “Ainda que teus pecados sejam vermelhos como púrpura, ficarão brancos como neve; ainda que sejam vermelhos como escarlate, ficarão como a lã. Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão o fruto da terra;...” (Is 1:16-20).

Tenha a obstinação da Cananéia, à qual, pelo tamanho da sua fé, o Filho disse: “Não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos.” E ela, movida por sua crença diz: “Sim, senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem das mesas de seus donos.” (Mt 15:21-28), pois foi por crenças remanescentes assim que o Pai chegou a dizer: “Chega! Agora retire a mão”. (2 Sm 24:16); e se comoveu: “Por um instante eu abandonei você, mas com imensa compaixão torno a reuni-la.” “Num ímpeto de ira, por um instante escondi de você o meu rosto; agora, com amor eterno, volto a me compadecer de você”. (Is 54:7...; Jr 42:7-11).

Na retirada do Seu povo do Egito até a terra prometida, quando o povo se revoltava e murmurava contra Ele, pelo sacrifício da travessia, Sua ira se inflamava e queria eliminar a todos, mas, pela interferência de Moisés, Ele se acalmava e poupava os que mantinham a fé e a paciência, porém, não perdoava os que achavam que a penúria não valeria a pena. E por seus comportamentos, os fez caminhar errantes por quarenta anos, até que seus corpos se desfizessem no deserto (Nm 14:26-35). Portanto, não deixe que os sacrifícios e a impaciência acabem lhe afastando da nova vida que Ele nos prometeu. Conte-Lhe de quanto és carente da Sua proteção, e como Moisés, lembre-LHE das promessas que Ele fez ao Seu povo: “... Bendito aquele que confia em mim, e em mim deposita sua segurança... no ano da seca, não se perturba e não pára de dar frutos (Jr17:5-8); pois se Ele diz: “... Eu penetro os corações e sondo os pensamentos, para pagar conforme o seu comportamento e segundo o fruto de suas ações” (Jr 17:9 e10); também deve fazer o mesmo para socorrer os Seus. E se por alguma razão se achar ovelha fora do rebanho, creia ainda mais, e O surpreenda assim como o oficial romano que, mesmo não sendo judeu, nem conhecendo a Deus, cultivou sua crença, e pediu ao Filho pelo seu servo, e quando Cristo disse que o faria, ele: “...não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e meu empregado ficará curado. Pois eu também obedeço ordens e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; faça, e ele faz.” E surpreendido, Jesus fala: “Eu garanto a vocês: nunca encontrei uma fé igual a essa em ninguém de Israel! ...” (Mt 8:5-13). E quando o desânimo insistir em te abater, leia!: “Vocês também querem ir embora?” Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida...” (Jo 6:68).