Saiu andando pela noite escura. Levava as mãos nos bolsos. A cabeça voava noutras paragens.

Seu andar, misto de resolução e falta de pressa, característico dos que estão em paz com o mundo, denunciava: estava irremediavelmente feliz. Não sabia se isso era bom ou ruim. Nem teve a audácia de se auto interrogar. Não queria correr o risco de estragar a mágica do momento.

O ar frio do meio inverno não lhe era de todo desagradável. Respirou fundo e sorveu todo o oxigênio que foi capaz. Nada, absolutamente iria estragar aqueles curtos momentos.

Sabia que isso não durava para sempre.