SAÚDE NÃO É MERCADORIA! Apesar de ser tratada como se fosse

Trechos de uma mensagem que circula nas redes sociais.

"Uma das empresas de Medicina Diagnóstica (leia-se exames laboratoriais e de imagem) .........

Trata-se de uma tabela especialíssima com preços bastante acessíveis para diversos tipos de exames, mais blá, blá, blá ......

Não é preciso nenhum tipo de comprovação de renda ou constrangimentos. (Essa doeu!)

Basta que a pessoa que não possui plano de saúde se apresente em uma dessas unidades ..... blá, blá, blá ...

A tabela é bastante reduzida (um hemograma custa normalmente R$ 20,00 custa R$ 8,00, um exame de glicose que custa R$ 10,00, custa R$ 4,00) e, em algumas unidades, os valores ainda podem ser parcelados em 5 vezes sem juros nos cartões blá, blá, blá .....

A pessoa tem acesso ao conforto, bom atendimento e um serviço de qualidade, sem as enormes filas do SUS. (Essa é de arrepiar cabelo até de OVO) mais Blá, Blá, Blá ........."

Meus Deus! Que às eleições comecem logo; esse texto vai parecer canção para criança dormir!

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Circula nas redes sociais a "propaganda", acima, cheia de boas intenções e humanismo, oferecendo exames laboratoriais a preço de banana. 
Pessoas bem intencionadas, movidas, provavelmente pelo impulso humanista e de fraternidade, divulgam tal “propaganda”; e lamentavelmente sem nenhum senso crítico repassam conteúdo do tipo “quem precisa fazer exames e não tem plano de saúde...”, “tabela especialíssima com preços bastante acessíveis”, “os valores ainda podem ser parcelados em 5 vezes sem juros nos cartões .........”, “acesso ao conforto, bom atendimento e um serviço de qualidade, sem as enormes filas do SUS.”

A última frase é tão “fantástica” que possui energia suficiente para levantar do túmulo o velho, combativo e nosso maior inspirador nas lutas contra a exploração, conhecido pelo nome de “MARX”, e que este ano completou 200 anos de seu nascimento e 135 anos de sua morte física, mas, no entanto, presente e marchando do nosso lado em nossos ideais. Marx, provavelmente seria solidário com os trabalhadores que não podem pagar. Mas, certamente não os incentivaria seu uso; com certeza faria uma convocação para exigir saúde garantida pelo Estado para toda a população. Também sabemos que existe uma parcela da população que pode pagar ou paga com muito sacrífico seus planos de saúde, mas esses, não são a nossa maior preocupação!

É preciso ter consciência que 70%, ou mais, da população não só não têm condições de pagar um plano de saúde como também não possuem condições para pagar nem mesmo os preços ofertados pelo “generoso” capitalista que explora a saúde; ou seja, mercantiliza a saúde e a vida de pessoas para lucrar e acumular capitais.

Não podemos, enquanto pessoas críticas ao sistema capitalista, achar que os grandes empresários da saúde, estejam de fato preocupados com o bem-estar de milhões de brasileiros que não conseguem pagar nem mesmo um mísero plano de R$ 50,00 e que, miseravelmente também, não dá direito a nada. A “propaganda” se torna mais cruel e falaciosa ainda, na medida que oferece o parcelamento com cartão de crédito. A maioria da população não tem nem conta bancária, quanto mais cartão de crédito.

Quem explora saúde, não está nem um pouco comprometido com a saúde das pessoas, não estão minimamente preocupados com a qualidade de saúde prestada pelo Estado. Quando precisam de tratamento de saúde, não ficam nem no Brasil. Vão para os EUA ou Europa, muitas vezes utilizar hospitais públicos ou semipúblicos.

Fazem belos discursos a favor do “Estado mínimo”, mas desde que suficientemente grande para atender seus interesses; através de subsídios, taxas de juros subsidiadas para seus investimentos, empréstimos com condições especiais, isenções fiscais, perdão de dívidas, não pagamento de impostos com o benefício fiscal da depreciação; que lamentavelmente a maioria da população nem imagina que é o “Bolsa Família para os grandes empresários”, e mais de dez vezes maior que o custo com o Programa “Bolsa Família” para atender famílias com um valor médio de R$ 180,00 por família!

Quem explora saúde às custas do pobre, defende “Estado mínimo” e se beneficia mais do Estado que os mais pobres, para mim é CANALHA!

Temos que ter clareza que não existe almoço grátis; muito menos saúde gratuita. A saúde pública não é grátis, não é um favor ou uma cortesia do Estado Brasileiro, é uma obrigação. O Estado é mero gestor da saúde. A saúde pública é bancada com nossos impostos; e sabemos também, que no Brasil, quem paga mais imposto são os mais pobres, não são os mais ricos.

Para concluir, devemos ter em mente que não vamos melhorar a qualidade da prestação dos serviços públicos ou eliminar as filas de atendimentos, fugindo para os serviços privados e pagando planos de saúde que não passam de planos para obterem maiores lucros.

Saúde pública é direito! Não é concessão ou esmola do Estado privatizado, do Estado Leviatã!