Saudades de antigamente ...
De um mundo pequenino
Que me faz voltar no tempo
E ser, outra vez, menino ...

Quando os vizinhos se conheciam
E se cumprimentavam
Ao se encontrarem na rua ...

Quando apanhava-se o jornal na banca
E se deixava o dinheiro numa caixinha
Que ficava à mostra para esse fim
E, se houvesse troco, havia também
Uma outra caixinha
Para que o freguês o fizesse ...

Quando o pão era deixado na porta, pelo padeiro ...
E o leite também, pelo leiteiro ...

Quando, na condução, os mais novos
Davam sempre o lugar aos mais velhos
E “bonde” era só um meio de transporte e não,
Feito agora, um arrastão que os bandidos fazem
Para assaltar os passageiros ...

Quando namoro sério era “no portão”
E os vizinhos, para conversar,
Colocavam cadeiras na calçada ...

Quando se pedia licença “por favor” ...
Chamava-se os mais velhos
De “Senhora” e de “Senhor” ...
E se o troco fosse dado a mais, se devolvia.

Saudades de antigamente ...
De um mundo pequenino
Que me faz voltar no tempo
E ser, outra vez, menino ...