Vários grupos de discussões na internet e via webmail têm, a pretexto de defender uma equânime tabela de reajuste salarial, nos últimos dias, acirrado uma pretensa disputa entre “antigões” e “novinhos”. Como se já não bastassem os vários pontos de cisão entre os cargos, as diferentes opiniões sobre o futuro da carreira, alguns fazem de tudo para plantar um sentimento de desunião e quase batalha.

Uma premissa deve ficar clara: todos nós fomos “novinhos” um dia, todos nós seremos “antigões”. Então cai por terra a bandeira de alguns e fica clara a intenção inconfessa de conturbar o grupo. Li acusações levianas aos colegas sindicalistas que nos representam e até ouvi falar em desfiliação em massa.

Absurdos à parte, aqui chamo a atenção para um fenômeno de nossos tempos com o qual devemos abrir os olhos: fazer sindicalismo por e-mail, entre um cafezinho e outro, é fácil, mas muito pouco para obter credibilidade. É divertido, um desabafo fajuto que tenta ser sério, mas não basta. É preciso dar a cara à tapa, defender nossos justos pontos de vista com firmeza e frente aos obstáculos. É preciso debater claramente as idéias, sem se esconder no anonimato. É preciso assinar as opiniões e se oferecer para fazer parte do time. Repercutir maledicências não traz benefício para a categoria.

Os “antigões” são nada mais que os responsáveis pelas conquistas de direito que usufruímos hoje. Muitos que pregam a aversão a eles entraram no Departamento há bem pouco tempo (não são raros os que nem são sindicalizados) e devem ser humildes em construir sua história. A história do Departamento de Polícia Federal e do sindicalismo na Polícia Federal é antiga, e não pode ser difamada em grupos de bate-papo irresponsáveis.

São 27 sindicatos, de portas abertas à participação dos colegas recém-chegados e dos colegas que já estão na casa há mais tempo. É preciso participar do movimento, se aproximar das lideranças sindicais, conquistar os espaços, com respeito e honestidade. Saiba: os “antigões” que lá estão entraram por uma porta que continua aberta.

O texto “A tabela salarial dos meus sonhos”, de autoria do colega Guilherme Delgado, disponível em http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/26322, complementa de forma brilhante as idéias aqui expostas. Interessante notar que, antes de concluir o presente artigo, em muito coincidente com o do colega, ainda não o havia lido.