A imprensa regional e internacional informa sobre o torneio regional prevista pelo enviado especial do Secretário Geral da ONU para o Saara Ocidental, 22 do mês corrente e vai até o próximo dia 1 de julho de 2018. De acordo com um comunicado da ONU, Horst Koehler visitará "Argel, Nouakchott, Tindouf, Rabouni, Rabat, Laayoune, Smara e Dakhla".

"O objetivo deste torneio é duplo, melhorar a compreensão da realidade no terreno e discutir o caminho a seguir para o processo político, liderado pela ONU, de acordo com a Resolução 2414 do Conselho de Segurança", sublinhou o comunicado. O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.

Nesta resolução, adotada em abril, o Conselho de Segurança renovou por apenas seis meses, em vez de um ano como acontece antes, o mandato da MINURSO da ONU, assegurando a observância do cessar-fogo entre os dois países,

Marrocos e Polisario. Ele também reclamou a retomada de "negociações sem precondições". A última rodada de negociações entre Marrocos e a Frente Polisario data de 2008, e Horst Koehler prometeu relançá-las em 2018.

Seus últimos contatos com as partes envolvidas no conflito do Saara Ocidental ocorreram no início do ano, em Berlim. E para a Frente Polisario foi em Lisboa, face ás autoridades marroquinas.

O torneio do enviado da ONU veio no dia seguinte à visita do Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, aos campos de refugiados saarauis. Este deslocamento, que aconteceu nos dias 19 e 20 de junho, foi a última etapa do torneio de Sr Faki à região antes de apresentar, pela ocasião da 31ª Cúpula da União Africana em Nouakchott, Mauritânia, a 1ª. e 2 de julho próximo, seu relatório sobre as propostas da organização continental , visando o regulamento da questão do Saara Ocidental.

Recordando que o Chefe do Executivo da UA foi a Rabat por uma visita de dois dias 5 e 6 de junho. Em março, ele efetuou uma viagem a Argel para uma troca de opiniões sobre o assunto. Sr Faki foi encarregada pela Conferência de Chefes de Estado para elaborar um "relatório detalhado" sobre a operacionalização da Decisão 653, anotado na margem da cúpula 3 e 4 de julho de 2017 na capital da Etiópia.

Segundo uma fonte diplomática da UA, a sua passagem  por Marrocos não foi fácil. "Os marroquinos tentaram convencê-lo da ideia que a UA abandone suas abordagens e esforços, engajados no sentido  de discutir a questão saaraui. Eles chamarama para que o Sr. Faki deixe a questão  do saara para os cuidados das Nações Unidas. Para os sarauis, esta abordagem é inadmissível e não atende aos compromissos do executivo pan-africano, no sentido de trazer  uma solução para este conflito. De acordo com uma fonte saharaui, o facto mesmo que Sr Faki visitar os campos e encontrar os líderes saarauis, incluindo , o Presidente Brahim Ghali, constitui "uma resposta a Rabat".

"A UA deve continuar a apreender o dossiê saaraui, mas desde que uma solução seja vía a cooperação com as Nações Unidas", acrescenta, por sua vez, o diplomata pan-africano.

Rabat milita para que a questão do Saara Ocidental permaneça objeto exclusivo das Nações Unidas. Isso foi possível desde que não contradiz com o ato constitutivo da UA que o Marrocos ratificou, e cujo artigo 2 insiste sobre o repseito das fronteiras herdadas do rescaldo da vespera das independências na África.

Lahcen EL MOUTAQI