A tensão diplomática se agiganta novamente nas relações mauritano-marroquinas, dadas as posições divergentes sobre a questão do Saara, de um lado a Nouakchott  aderindo ao que se considera a posição de “neutro” para com o conflito em torno do saara marroquino de longa data, e de outro o Rabat considerando à iniciativa de autonomia, apresentada para a comunidade internacional desde 2007.

Depois que as relações bilaterais entre as partes parecem estar num rumo positivo, no horizonte do anúncio de uma visita entre os líderes dos dois países,  anota-se uma certa “turbulência” voltando ao clima político entre as duas capitais do Magrebe, fruto do Muhammad Ould Sheikh al-Ghazwani receber um grupo da Frente Polisário, razão do adiamento da visita  do chanceler “Bilad Chinguetti” na última hora.

Alguns fontes atribuem este fato ao adiamento da visita dos diplomatas por motivo, "preocupante" da situação epidemiológica, alguns pesquisadores acham que o assunto da tensão política entre os dois países, ligado à questão do Saara marroquino, uma vez que o Rabat já tem recebido diferentes delegações diplomáticas estrangeiras nos últimos dias, apesar da evolução da situação epidémica .

A este respeito, Abdel Wahid Ouled Mouloud, investigador em relações internacionais em assuntos africanos esclareceu que: “Pensa-se que a Mauritânia  tem entendido a lição da zona de fronteira entre Mauritania e Marrocos, questão que preocupa Mauritânia e sua economia com perdas devido ao fechamento da passagem de Guerguerat pelos separatistas da Frente Polisário,  causando uma grave escassez de alimentos neste país vizinho do sul.

Sr Mouloud explicou, numa nota ao jornal online Hespress: “Depois dos últimos meses do impasse na zona de fronteira,  a intervenção do Marrocos que colocou o fim a este impasse, com bista  a manter um avanço na proposta mauritana, graças uma parte das elites e dos intelectuais, chamando o regime mauritano para dar preferência à razão e não à emoção, uma vez que a Frente Polisário ficou preso sem saída numa entidade imaginária, engordada e enriquecida graças a ajuda humanitária, e em detrimento da fome, e da custa do povo mauritano, resultado dos danos destas milicias ao longo da história ”.

Segundo o intelectual e pesquisador: “num momento, anota-se uma  ação positiva e uma aproximação diplomática tendo em vista a troca de visitas de mais alto nível entre os dirigentes dos dois países;  o Rei Mohammed VI e Walid Al-Ghazwani.  hoje assiste a um rever da clássica tornagem, uma vez a Mauritânia toca nas duas cordas,  quer dizer não quer perder uma parte em detrimento da outra, assisindo a visita da frente para a Mauritânia e ser recebida por um delegado de mais alto nível.

O mesmo investigador político acrescenta que “ tem que abundar os boatos,  seja visitar ou não do ministro das Relações Exteriores da Mauritânia, Ismail Ould Cheikh Ahmed, a Marrocos,  adiando ou recusando a visita da diplomacia marroquina, de fato tal omissão abre o lenque sobre muitas leituras, apesar que nenhuma comunicação Oficial tem sido publicado ” deixando entrender que:“ a tendência é de comprender que o Marrocos tem feito grandes avanços sobre a questão do Saara.

O mesmo pesquisador considerou ainda que “o chanceler marroquino uma vez ter apresentado a iniciativa de autonomia afastou  qualquer dúvda  para alguns países  confusos sobre a questão da integridade territorial”, sendo: “Bourita, ministro marroquino das relações exteriores tem referido a alguns países da União Européia, mensagem  que não excluiu outros países, nem o país vizinho a Mauritânia, entender o sinal diplomático do Marrocos.

os afiliados de Mouloud explicam que tal posição “irrita Marrocos e, portanto, interrompe a visita, mesmo que nenhuma comunicação oficial tenha sido publicada”,  acrescentando: “o silêncio é uma questão de insatisfação e não um sinal de consentimento. Tas atitudes começam a ser um tipo de manejo da diplomacia marroquina nos últimos tempos, refletindo sobre a postura do Reino para com o comportamento alemão.

Conforme está tendência, tal pesquisador acredita que “falar do momento do cancelamento da visita, devido aos sinais da pandemia da Corona, entre o Marrocos e Mauritânia, respeitando as medidas cabiveis no sentido do fechamento ou nao das fronteiras ou adiá-las. ” Em sua opinião, continuar sendo uma tendência pouco convincente, .uma vez que as duas partes devem esclarecer os motivos do cancelamento da visita.

Quanto a outra tendência, segundo o pesquisador, sintetiza-a no facto de as citadas posições mauritanas continuam sendo das pressões do vizinho oriental contra o seu vizinho do sul, 

 “Para a Mauritânia justificar o seu comportamento , perante os olhos do Marrocos sobre as negociações da Mauritânia sobre a questão do Saara, Nouakchott  tem apresentado a sua mediação para a negociação marroquino-argelina ", interrogando sobre:" O que  negociar? ", Concluindo que" tal claudicação crise tem sidoi coberta pela mídia sem ação oficial e reações entre as duas partes. "

Referindo “a posição da Mauritânia que continua instável e sua posição a ser definida sobre a questão do Saara. Uma vez os traços da retórica argelina e da frente Polisário continuam surtindo seus efeitos opostos. Nesse sentido, o vizinho do sul não precisa perder a oportunidade de cimentar uma relação mais clara e séria com o Marrocos, tratando com firmeza as ações dos atores internacionais, considerando qualquer manobra da parte da Mauritânia não deve ser toleradas por parte do Marrocos ”, considerou o pesquisador.

 

Lahcen EL MOUTAQI

Professor unversitârio, Marrocos