Falando sobre o conceito do saraninao ou do sarauí, implica lembrar do contexto histórica ou do desenvolvimento de uma visão crítica de muitas passagens na literatura e das obras dos homens do sul, ou até das normas e hábitos deste povo do sul do reino, o que surpreende nisso é a forma pela qual se percebe a evolução do termo. Por um lado o trabalho dos pesquisadores atribuído aos coloniais. Por outro lado ou talvez ao conceito  resgatado dos povos saranianos, tende aos habitantes do saara, cujas caractrísticas conhecidas, descrivendo  um silêncio deliberado pelo clima desertico.

Numa curta passagem de uma entrevista face à uma pesquisadora saraniana. Anotando as qualidades quase etnográficas de muitas descritivas no campo saraniano, certamente não é uma forma da ciência política ou da etnologia, sinão do objeto de uma intenção de ser longe ou ser simplesmente literário poetico. Forma seria, portanto, importante a mencionar numa bibliografia ou filmografia sobre a origem do nome ligado ao Saara Ocidental, chamando a atenção das pessoas, que consideram o plano de autodeterminação, referentes aos povos sarauís, do sahel saara, ou seja dos outros cantos das fronteiras.

Em relação ao campo saaraui, forma  precisamente utilizada sem dúvida para desviar a atenção, entender o grito dos militantes, e das partes principais do conflito em torno do Saara Ocidental, constituindo algo da origem deste povo sarauí. Característica do viajante e ambulante gente, comercial de produtos do deserto.

 Essa militância implica apresentar planos favoráveis ​​a uma categoria da independência deste povo, misturado e convivido sem discrição nem preconceito por decadas e sem nenhum conflito a não ser pela soberania do magbrebe árabe. Todas as dinastias reconhecem este papel.

Assim, a questão é porque continua o plano de "prisioneiros marroquinos" nos campos de refugiados dos saarauis, se é uma estrategia que contraria a construção de um paz duradouro para toda a região, no quadro da passagem e da convivência do povo sarauí, co,o comerciante, bidouino, explorador, viajante entre outras.....

Em relação ás condições de detenção implica conhecer esses soldados das Forças do Exército capturadas. Qual é a razão do combate, se o apoio é aleio ?. Da mesma forma, porque esses prisioneiros mantidos desqualificados sem registro e pertencer às tribos do Saara, os quais se tornam carcereiros. Diante de tudo isso esta existência dos "saarauis pró-marroquinos", diante da oposição da Frente Polisario, algo citado por tudo, explica por outro lado as práticas dos "sarauis resistentes" à polícia argelina.

 A própria expressão "saarauis pró-marroquinos" contrasta a definição implícita pela qual o uso do termo "saaraui" se refere no restante a crítica. Pejurativa até então, liberado, o conteúdo semântico desse termo varia, dos contextos e do modo de vida, os contornos do coletivo designa o elemento climático e a mudança do comportamento, político, econômico e social ao longo da historia do conflito entorno do saara marroquino.

Uma crítica das nuances associadas ao termo "Saraoui", parece necessária aqui para remover o implícito de seu uso no trabalho académico.

De fato, sob a crítica dos separatistas, independentistas e simpatizantes, o Saraoui designa um povo definido por uma condição comum de opressão dos colonizdores (espanhóis) sobre o Saara Ocidental. Se chegar mais de perto, a Frente Polisario reserva mais especificamente a denominação "saharaui" para os únicos indivíduos registrados da população administrada pela Espanha em 1974.

Estes últimos saranianos apresentados como um povo de luta pela construção de uma nação, uma democracia fraterna e igualitária. Essa nomeação envolve uma conotação revolucionária, aquela que se aproxima da gênese do termo, cunhada na década de 1970 pelos jovens anticolonialistas do Saara. Estes últimos procuram substituir o desmembramento das tribais por um novo nome genérico unitário. Como anotou Sophie Caratini, a luta camuflada  das tribos, substituir a um povo: "Cada um e todos, e somente para ser" saarauis "" (Caratini 2003: 68).

É fácil entender que, por muito tempo, esse termo foi banido do vocabulário. Até o final da década de 1980, declarar-se publicamente "saharaui" o qual tachado a ser preso sob a força da polisário. Enquanto no cenário internacional, essa denominação continuou sendo usada, principalmente pela ONU. Na década de 1990, as autoridades marroquinas finalmente defendem esse termo em seu vocabulário, objeto do significado dissidente marrroquino, "Saraouis" dos proponentes da idioma referente (ao hassâniyya, mistura com o árabe dos habitantes do resto do reino), “cultura” específica, dentro da constituição do Reino Cherifiano.

Ao arrastar esse termo para uma aceitação etnocultural, a idéia foi de fato referente ao grupo saaraui, não circunscrito pelas fronteiras coloniais, estendendo para mais de 100 km ao norte e todo o solo marroquino incontestadamente. Tratando de fundamentos lingüísticos ou culturais, ligados às linhas retas herdadas da colonização sem poder em nenhum caso definir os contornos de uma nação (cf. Mitatre, 2015).

Assim, duas definições de tipos diferentes parecem estar em oposição: a definição política revolucionária da Frente Polisario (atribuindo aos saharauis a noção de uma nação de combatentes, condição comum de opressão) e da definição etnocultural (ou cultural linguística) dos Marroquinos, (saharauis adeptos e súditos do rei por  suas singularidades culturais)

No entanto, o argumento cultural também é encontrado, mas de uma forma muito diferente, nas declarações dos separatistas e de seus apoiantes. Os analistas do campo saraui consideram a condição dos separatistas se degrada cada vez mais devido a mobilização da Frente Polisario que perde sua legitimidade contra um aumento de novas perspectivas de abertura sobre novas culturas diferentes entre as populações tanto do [Marrocos e dos antecedentes do Saara Ocidental]. Hoje parece ser praticamente impossível para um espião invadir os espaços e impor um estado saraniano.

Nesta exame, pode-se reconhecer o estilo argumentativo característico do nacionalismo etnocultural, da afirmação da fronteira geopolítica e do limite cultural. colocando neste sentido o dedo sobre as particularidades culturais e linguísticas do "povo saharaui", diante de um "povo marroquino", com os respectivos efectivos conhecidos e enraizados na luta pela união dos povos, no entanto, algo se apresenta sempre e contradiz os acordos e critérios políticos legais.  Seja na crença no outro disproporcionado devido aos valores singulares, a uma questão cultural que desrespeita as origens e aproximação, sem elevar a legitimidade do argumento político, dos contornos coletivos manipuados e irracionais.

Esse tipo de aproximação se vê a tentação de naturalizar a arbitrariedade de uma ordem fundada pelos separatistas que apoiam uma divisão de fronteira, característica recorrente dos nacionalismos (cf. Babadzan 2009).

Referendo ao livro de Debargue, levando a anotar sobre as operações de justificação da independência pós-colonial. O que complica a vida do povo saranianos, adepto dos valores contemporâneos. A lógicas contraditórias de jurisdição internacional, bem como a intangibilidade das fronteiras herdadas da colonização, por um lado, e por outro lado o direito dos povos a dispor em relação ao outro, tendo em vista o conceito do povo que não faz nenhuma parte de uma definição jurídica (cf. Cristescu 1981). Essa vacilação de denominações envlove operações de essencialização de todos os tipos, que se anota entre os defensores das ideologias revolucionárias.

Finalmente, pode-se esperar que os futuros escritos sobre o conflito no Saara possam manter os argumentos do nacionalismo etnocultural à distância. Esse estilo argumentativo é, neste caso, tão comumente usado  por vários autores que o descreveram como ultrapassado, sem constrangimento, o processo de universalização não tende a se firmar, nem mesmo se tornar coisa do passado.

Assim este estilo passa a ocupar pouco a pouco um espaço importante no Journal de Jean-François Debargue. Suas qualidades literárias enfatizadas são estudadas pelo grande interesse mas, sem dúvida, o objetivo definitivo é de lembrar fortemente uma parte do saaro inóspito, aquela que ligada a vida sedentária, naufragada no processo de descolonização inacabada, estagnando no esquecimento, e espera de se mexer.

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador universitário- Rabat- Marrocos