Saara: a ameaça da Polisário um obstáculo para a Minurso

Por Lahcen EL MOUTAQI | 27/02/2019 | Política

A preparação da ONU para a segunda fase das conversações em Genebra sobre o Saara, levantou muitas interrogações sobre como estas discussões vão acontecer, pretendidas no início do próximo mês de Março. Tal informação foi declarada na margem do encontro do Enviado Especial das Nações Unidas para o Saara, Horst Koehler, e da Frente Polisário em Berlim.

Esta vez o ex-presidente alemão vai tentar  realizar reuniões unilaterais com as quatro partes antes do início da segunda turnê de conversas.

Considera-se que as conversações de Genebra patrocinados pelas Nações Unidas vão envolver a Argélia, o Marrocos, a Mauritânia e a Frente Polisário. Tal encontro será presidido pelo enviado especial da ONU para o Saara, Horst Koehler, tendo em vista trabalhar no sentido de derreter o gelo entre as partes em conflito e a convergência de pontos de vista entre si, uma vez que os Estados Unidos estão apostando no "maior" papel  das partes para resolver o dossié.

Espera-se que a Frente POLISARIO participe com uma delegação de cinco pessoas, dos quais o pretendido representante da organização das Nações Unidas, Sidi Mohamed Ammar, e o líder da Frente, Khiri Aduh. Este encontro pretendido, na primeira semana de março, constitui uma parte de consultas bilaterais que o ex-presidente alemão pretende realizar com as partes sobre este conflito (a Frente Polisario e o Marrocos), de um lado e os países vizinhos por outra parte, na margem de uma segunda mesa-redonda.

Não existe nenhum documento oficial sobre o trabalho desta agenda inicial da ONU, mas Sr Koehler revelou que ia discutir aparentemente a situação no terreno com o representante da frente, as ameaças por parte de algumas afiliadas da Polisário contra membros da MINURSO na zona tampão, bem como as pretensões práticas, as regras e indicações do enviado especial da ONU para chegar uma solução política consensual que acabaria com o conflito.

Ao longo de mais de 27 anos, a MINURSO pretendeu bem como os enviados das Nações Unidas para o saara intermediar um meio para encontrar uma solução a essa disputa de longa data, que prejudica as relações marroco-argelinas, diante de uma Mauritânia enfraquecida e uma Frente da Polisário armada e financiada contra a Marrocos num clima  de cessar-fogo de 1991.

Em dezembro passado, Koehler organizou uma mesa redonda, a primeira desse tipo depois de uma seca de negociações de seis anos. Sendo a última vez que a Frente Polisário e o Marrocos sentaram na mesa de negociação março 2012 em Manhasset, Estados Unidos, e desde então o processo de paz ficou estagnado, mas o enviado das Nações Unidas para o saara parece otimista que nunca, sublinhando que "uma solução pacífica para o dossié do Saara é possível."

Interrogando se o enviado Pessoal da ONU para o saara, Koehler vai discutir a questão da posse de uma polícia das Nações Unidas no saara, notadamente após as ameaças da frente, explica o especialista para o saara, Novell Bamra. Considerando que existe uma ameaça para a segurança da missão, uma vez que a pretendida polícia visa a intervir quando se trata de crime de organizações intercontinentais, o que mostra que a questão incrimina a frente e envia acusações diretas por incobrir o crime ".

No caso de instaurar a polícia das Nações Unidas no saara, o especialista, Bamra não acredita desempenha qualquer papel contra o Marrocos, pois sua presença depende de uma ameaça determinda, os adversários são aqueles que a arrancaram, acrescentando: "A presença de qualquer força da ONU no saara vai depender  juntamente do acordo de cessar-fogo, assinado em 1991", além das resoluções do Conselho de Segurança relacionadas com o conflito e a missão inpediram qualquer conflito na zona intermediária.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário- Rabat- Marrocos