ROMA de OMAR
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 por Lourival Jose Costa
Ouço-vos chamar-me, mas, cá ficarei.
Ainda que aplainados e floridos aparentem vossos caminhos
Guardar-me-ei das armadilhas de vossas tramas e, cá ficarei.
Ainda que apresenteis o mais puro óleo de nardo, não me atraireis.
Ainda que insistais roubar-me o coração, o manterei comigo.
Vossa navalha afiada e ríspida não subtrairá meus sonhos
Os conservarei no mesmo sal da carne exposta ao sol do meio-dia
Ainda que me ofereçais a coroa de glória e toda riqueza, cá ficarei
Se render-me, ao final, levar-me-eis ao madeiro impiedoso.
Vós tentais apequenar-me e quebrar-me o dorso
Aniquilais vossos escravos e rasgai-lhes o coração já abatido
Pensais alcançar-me, mas, não vos esqueçais de meus escudos.
Negarei vossos afagos frios e carregados de maldades
Erguerei fortalezas para proteger-me de vós
Apegar-me-ei às âncoras e assim, manter-me-ei seguro onde estou.
Recusarei vossos olhares e distanciar-me-ei de todos eles
Com vossos lábios e mãos não tocareis minha nudez
Minhas túnicas não serão por vós rasgadas
E nem as repartireis para lançares na lama que é vossa
Se tentardes esmagar-me, serei rígido como o diamante.
Não permitirei que vossas gélidas águas me toquem os pés
Meu coração conservará aquecido e longe de vossas pedras
Nada obtereis de mim com vossas armadilhas ardilosas
Quanto aos mistérios escusos, eu os desprezarei
E, com a mesma inocência da criança preservarei a simplicidade.
Minh ’alma não será o vosso pão na noite escura e solitária
Não temerei o que intentais contra mim; o amor lança fora todo medo
Não comerei de vossos banquetes, antes fartarei-me-ei do Pão Vivo
Abrirei os mares e eles cobrirão vosos olhos de escamas
Permanece-me-ei no eido fértil desfrutando do amor do Eterno
Viverei cada estação e nelas comerei dos frutos da terra prometida
Minha alegria é plena e inegociável
Se o pranto me encontrar, pelas manhãs serei tomado pela alegria
Vosso rancor são botijas carregadas de danos e morte prematuras
O que dais aos prisioneiros é o mesmo pão que vos alimenta
A ira e o ódio vos possui e neles lançais vossas fechas agudas
Acaso, desconheceis que o amor a si mesmo se entrega..?
Quanto à vossa maledicência desprezai-a para vos purificardes.
Assim, ela fugirá de vós e cedo podereis dizer a todos que
As virtudes do Eterno habitam em vós
Esforçais-vos para proteger-vos dos ataques hostis do mal
O rancor e a amargura, não espera achar-vos cautelosos.
Eles tentarão acessar-vos até em vossos sonhos
A ira, o ódio e o rancor tecem sedas para vos aprisionardes
Vosso desejo é manter-me no cárcere das viúvas negras
Buscais ocupar vosso coração com as coisas do alto
Desejais a elevação d’alma para beberdes da água da vida
Asssim, fluireis a doce água que desce do trono do Altíssimo
Ergueis vossos corais e celebrais Aquele a quem rejeitasteis
Assim, sentireis a força do amor vos preenchendo a alma
Sereis curados quando abraçados pelo AMOR e a COMPAIXÃO
De júbilo sereis tomados e o mal já não mais, vos oprimireis
No crepúsculo, os seios maternos vos oferecereis o leite aquecido
Pelas manhãs agradecereis a renovação da alma devolvida
Correreis por entre os trigueiros e não vos cansareis
O gozo tomará vossos corações e sereis consolados
Ao sairdes à porta encontrareis o Amado à vossa espera
Então, sereis abraçados e beijados pelos lábios do Rei dos reis.
O ETERNO será vossa herança e os cânticos da aurora.
Por: Lourival Jose Costa 11/02/2018 às 15:55HS