ARIDAN MARIA PEREIRA DE HOLANDA

RISCO DE CONTAMINAÇÃO DA ENFERMAGEM A PACIENTES COM TUBERCULOSE

Recife

2016

ARIDAN MARIA PEREIRA DE HOLANDA

 

RISCO DE CONTAMINAÇÃO DA ENFERMAGEM A PACIENTES COM TUBERCULOSE

Artigo apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Saúde Coletiva, Curso de Pós-Graduação em Educação da UNINTER Grupo Educacional.

 

Orientadora:…………………………..

RECIFE

2016

RISCO DE CONTAMINAÇÃO DA ENFERMAGEM A PACIENTES COM TUBERCULOSE

Aridan Maria Peereira de Holanda[1]

RESUMO

INTRODUÇÃO: Tuberculose é uma doença infecto contagiosa que apresenta um alto índice de prevalência. É uma enfermidade antiga que persiste como um sério problema de saúde pública, necessitando de ações urgentes para o seu efetivo controle seu principal meio de transmissão é através das gotículas que contém o Mycobacterium tuberculosis. OBJETIVO: O objetivo desse estudo é identificar os riscos de adoecimento dos profissionais de enfermagem frente a infecção pela tuberculose. METODOLOGIA: A realização deste estudo foi produzida através de uma revisão bibliográfica desenvolvido com base em materiais já elaborados, constituídos essencialmente de artigos científicos e dados secundários contidos na base de dados LILACS, SCIELO, BIREME, periódicos e outros documentos científicos. RESULTADO E DISCUSSÃO: A enfermagem por ser a profissão mais exposta ao paciente possui maior risco de tuberculose nosocomial, apesar de toda preocupação de todas as campanhas além de tratar-se de uma doença que possui tratamento, cura e prevenível a tuberculose ainda é hoje uma doença de alta prevalência que causa bastante óbito e no ambiente laboral os profissionais de enfermagem possui um grande índice de tuberculose nocomial. CONCLUSÃO: É de suma importância o diagnóstico precoce com busca ativa dos sintomáticos respiratórios, tendo sucesso nessa primeira etapa quebraria a cadeia de disseminação da doença, além do que esse doente poderia ser tratado na rede de atenção básica, minimizando dessa forma as internações de pacientes diagnosticados com tuberculose nas redes hospitalares.

Palavras-chave: Tuberculose, Doença ocupacional, Assistência de Enfermagem

SUMMARY

INTRODUCTION: Tuberculosis is a contagious infectious disease with a high prevalence rate. It is an ancient disease that remains a serious public health problem, requiring urgent action to its effective control their primary means of transmission is through droplets containing Mycobacterium tuberculosis. The aim of this study is to identify the illness risks of nursing staff infection by tuberculosis. METHODS: This study was produced by a literature review developed based on materials already developed, mainly consisting of scientific articles and secondary data contained in the database LILACS, SciELO, BIREME, journals and other scientific documents. RESULTS AND DISCUSSION: The nursing to be the most exposed to the patient profession has increased risk of nosocomial tuberculosis, despite all the concern of all campaigns in addition to treat a disease that has treatment, cure and preventable TB is still one highly prevalent disease that causes a lot of death and in the work environment nursing professionals has a great nocomial tuberculosis index. CONCLUSION: It is extremely important early diagnosis with active search for respiratory symptoms, and success in this first stage would break the chain of spread of the disease, in addition to that patient could be treated in the primary care network, thus minimizing hospitalization of patients diagnosed with TB in hospital networks.

Keywords: Tuberculosis, occupational disease, Nursing Care

1 INTRODUÇÃO

            Tuberculose é uma doença infecto contagiosa que apresenta um alto índice de prevalência. É uma enfermidade antiga que persiste como um sério problema de saúde pública, necessitando de ações urgentes para o seu efetivo controle. (TAKEDA, et,al 2001)

Seu principal meio de transmissão é através das gotículas, que contém o Mycobacterium tuberculosis, conhecido também como bacilo de Koch (BK). Essa contaminação se dá através do indivíduo doente sem tratamento para o indivíduo sadio. (SILVA, 2011).

 Os doentes cuja baciloscopia é positiva, é a principal fonte de infecção, por isso o diagnostico precoce é o principal fator para controle da doença, com ele é possível interromper a disseminação da tuberculose (LORENZI, 2008).

O tratamento da tuberculose hoje ocorre predominantemente de forma ambulatorial, através de medicação via oral, padronizada, gratuita e com duração mínima de 6 meses, entretanto é significativo o número de casos diagnosticados e tratados em atendimento hospitalar. Essa situação, decorre, da associação ao vírus da AIDS e a outras doenças.(BATISTA, et,al, 2015).

O Brasil é um dos países priorizados pela OMS que predomina 80% do total de casos de tuberculose. Um terço da população mundial está sob risco de desenvolver a enfermidade por estar infectada pelo Mycobacterium tuberculosis (MACIEL, SALES, 2016)

A descoberta do derivado protéico purificado (PPD), como teste capaz de identificar os indivíduos infectados pelo bacilo de Kock, contribuiu para o avanço das pesquisas em grupos com risco potencial para o adoecimento por tuberculose. A prova tuberculínica vem sendo, freqüentemente, utilizada como instrumento para o diagnóstico da forma latente da tuberculose. (OLIVEIRA, et. al. 2007).

            As medidas utilizadas para reduzir o impacto da tuberculose a longo prazo, é um instrumento de suma importância como o diagnóstico precoce e rápido para todas as pessoas com tuberculose ativa, possibilitando instituir a terapia medicamentosa e reduzir as taxas de transmissão. (MENDONÇA, FRANCO, 2014).

Entre os profissionais de saúde, a tuberculose é considerada uma doença ocupacional. Além da exposição a doentes infectados, as condições nas quais os profissionais de saúde exercem sua atividade, principalmente em espaços inadequadamente ventilados e com realização de técnicas com exposição a aerossóis contaminados, os tornam particularmente sujeitos ao risco do contágio pelo M. tuberculosis. (LIMA, et,al, 2015)

Nos profissionais de saúde, a incidência de tuberculose acompanha os números da população em geral da área geográfica em que se inserem, acrescido do risco específico enquanto grupo profissional. (BORGES, et. al. 2014).

Devido ao ambiente laboral e a assistência ao paciente portador de tuberculose os profissionais de enfermagem tem uma maior probabilidade de adquirir tal patologia.

O objetivo desse estudo é identificar os riscos de adoecimento dos profissionais de enfermagem frente a infecção pela tuberculose.

3 METODOLOGIA           

            A realização deste estudo foi produzida através de uma revisão bibliográfica  desenvolvido com base em materiais já elaborados, constituídos essencialmente de  artigos científicos e dados secundários contidos na base de dados LILACS, SCIELO, BIREME, periódicos e outros documentos científicos.

            Primeiramente delimitou-se o conteúdo a ser pesquisado, posteriormente os documentos científicos foram analisados através de uma avaliação crítica e concisa sobre a temática com o objetivo de delimitar o período do desenvolvimento dessa pesquisa.

            A realização de uma leitura seletiva foi feita com finalidade de determinar os materiais que de fato interessam à pesquisa, tendo em vista atender o objetivo proposto. Foram selecionados artigos com ordem cronológica de 2000 a 2016. Os artigos selecionados foram avaliados o qual foi feita exaustiva leitura durante todo processo da elaboração do estudo.

            A partir da seleção foram encontrados 40 artigos dentre os quais foram selecionados 15 artigos, que contemplavam a resposta ao objetivo da pesquisa. Foram utilizados como descritores: Tuberculose, Doença ocupacional, Assistência de Enfermagem.        

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

            A equipe multiprofissional é um fator importante no controle da tuberculose e precisa de uma conscientização de sua importância além de uma capacitação periódica para o atendimento a pacientes portadores de tuberculose (TAKEDA, et, al 2001).

            É preconizado pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE que o atendimento e tratamento da tuberculose ocorra prioritariamente na Atenção Básica de Saúde, onde são realizadas as buscas ativas e diagnósticos precoce da doença, ficando os casos de tuberculose associada a HIV/AIDS a cargo da rede hospitalar.(FIGUEIREDO, 2006)

            As medidas de biossegurança deixam de ser respeitadas pela equipe, principalmente devido ao diagnóstico tardio, quando se vem tornar ciência, o paciente já tem contaminado vários profissionais. (MACIEL, 2008). O diagnóstico tardio da tuberculose nas unidades hospitalares representa um risco para toda equipe multiprofissional (FIGUEIREDO, 2006).

 Segundo Silva 2011 a busca ativa dos sintomáticos respiratório nas unidades básicas de saúde esbarra em diferentes dificuldades: como a falta de recursos humanos, capacitação insuficiente, falta de empenho e compromisso dos funcionários, carência de envolvimento dos gestores e credibilidade, ficando muitas vezes esses pacientes só diagnosticados nas unidades hospitalares.

Um dos personagens importante nessa busca ativa é o agente comunitário de saúde pois serve de elo para criação de vínculo entre o paciente e a equipe de saúde ficando dessa forma esses profissionais exposto ao contágio. (MOREIRA,2011).

Há um alto número de Agentes Comunitários de Saúde acompanhando pacientes com tuberculose ou realizando tratamento supervisionado sem o uso de equipamento de proteção individual reforçando dessa forma a necessidade de formular políticas públicas para esse grupo profissional. (MOREIRA, 2011).

A prevalência da tuberculose entre profissionais de saúde no ambiente hospitalar se dá devido ao aumento do número de casos de pacientes internados com tuberculose associado ao vírus do HIV/AIDS (OLIVEIRA, et, al, 2004)

É necessário instituir um programa de educação continuada para os trabalhadores de enfermagem, com a finalidade de mantê-los atualizados principalmente com o intuito da biossegurança e oferecer um atendimento de qualidade (BERTAZONE, et.al, 2005).

Os profissionais envolvidos na atenção direta aos pacientes apresentam maior riscos de contaminação tanto a equipe de enfermagem como os agente comunitário de saúde são os envolvidos diretamente com a assistência prestada estudo de Borges aponta que os principais profissionais acometidos são a equipe de enfermagem e os Agentes comunitários de saúde.( BORGES,et,al,2013).

Em um estudo de Fávero 2012, foi encontrado como profissionais mais acometidos a população feminina pelo fato da equipe de enfermagem ser em sua maioria mulher, o mesmo encontrou em seu estudo uma sub-notificação de adoecimento da equipe e sugeriu a necessidade de sorologia para HIV/AIDS para todos os casos de tuberculose positiva.

A enfermagem por ser a profissão mais exposta ao paciente possui maior risco de tuberculose nosocomial, isso quando comparados com profissionais de outras categorias (LORENZI, 2008).

Conforme estudo de Silva 2011, o profissional muitas vezes de maneira irresponsável não adotam as práticas recomendadas de proteção se expondo dessa forma ao risco de contaminação.

Apesar de toda preocupação de todas as campanhas além de tratar-se de uma doença que possui tratamento, cura e prevenível a tuberculose ainda é hoje uma doença de alta prevalência que causa bastante óbito e no ambiente laboral os profissionais de enfermagem possui um grande índice de tuberculose nosocomial. (BORGES,et,al,2013).

5 CONCLUSÃO

            É de suma importância o diagnóstico precoce com busca ativa dos sintomáticos respiratórios, tendo sucesso nessa primeira etapa quebraria a cadeia de disseminação da doença, além do que esse doente poderia ser tratado na rede de atenção básica, minimizando dessa forma as internações de pacientes diagnosticados com tuberculose nas redes hospitalares.

            O enfermeiro desempenha um papel importante no controle e tratamento da tuberculose, se deixar vulnerável por não utilizar as medidas de biossegurança contribui para que o contágio entre a população hospitalar aumente.

            É preciso que o diagnóstico realizado na rede hospitalar deva ser o mais rápido possível, pois quanto mais pessoas envolvidas no atendimento dese paciente sem a utilização dos EPIs necessários devido ao desconhecimento desse diagnóstico, maior será a incidência da tuberculose nosocomial entre os profissionais de saúde, em especial o corpo de enfermagem por estarem mais próximo e por passarem mais tempo em contato com esses pacientes.

            Vale ressaltar também a necessidade de estudos sobre o tema proposto contribuindo dessa maneira para posteriores medidas de prevenção e controle da doença.

6 REFERÊNCIAS

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Bertazone EC, Gir E, Hayashida M. Situações vivenciadas pelos trabalhadores de Enfermagem Assistência ao Portador de Tuberculose Pulmonar Rev Latino-am Enfermagem 2005 maio-junho; 13(3):374-81

Borges TS, Sonda EC, Daronco A, Battisti F, Santos MMB, Valim ARM et al. Infecção latente por M. tuberculosis Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 27(2): 269-275, abr./jun., 2014

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Lima CA, Barbosa LA, Gonçalves RPF Prevenção da Tuberculose Pulmonar Intra-Hospitalar: O conhecimento da equipe de Enfermagem, Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(supl. 2):887-95, fev., 2015.

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TAKEDA, E. et Al. Risco Ocupacional de Adquirir Tuberculose entre Trabalhadores de Enfermagem Hospitalar. R. Bras. Enferm., Brasília, v. 54, n. 3, p. 456-465, juUsel. 2001

 

[1] Enfermeira assistencial da Emergência Cardiológica do HAM.

[2] Mestre em Educação pela UFPE. Especialista em Informática Educacional. Consultora e formadora nas prática pedagógicas. Professora da UNINTER – Grupo Educacioanal/IBPEX.