IMORALIDADE SEXUAL
Edição 109
Escrito por: Paulo de Tarso | Publicado em 10/02/2009

O Ministério da Saúde divulgou no dia 18 de junho de 2009 uma pesquisa sobre o comportamento sexual do brasileiro, especialmente sobre o uso de preservativo nas relações sexuais. Dentre os dados apresentados, a pesquisa revelou que 21% dos homens e 11% das mulheres admitiram ter traído. Outro dado que chamou a atenção foi em relação à origem dessas traições: 7,3% dos brasileiros tiveram relação sexual com parceiros da Internet.

A questão do adultério é antiga na história da humanidade. Na Bíblia encontramos vários registros sobre o tema. Para Deus, a questão da infidelidade é tão séria que um dos dez mandamentos é justamente “não adulterarás” (Êxodo 20.14). O que leva um homem ou uma mulher a quebrar esse mandamento? São muitas as causas, e mencionamos apenas algumas.

A primeira delas é a falta do temor a Deus. Para consubstanciar essa afirmação lembramos o caso de José, que teve a oportunidade de manter relações sexuais com a esposa de Potifar, mas só não teve por ter no seu coração o temor a Deus. José sabia que antes de tudo estaria fazendo algo perverso e pecando assim contra Deus (Gênesis 39.9).

A segunda causa seria o descuido em relação às tentações do diabo, mesmo sendo temente a Deus. Muitos que caíram no pecado do adultério só caíram por não estarem atentos ao que a Bíblia denomina como “setas inflamadas do Maligno” (Efésios 6.16).

A terceira causa é a autossuficiência espiritual. Muitos caíram ou cairão por acharem que estão ou estarão imunes ao pecado do adultério. Para esses, a melhor recomendação bíblica está em 1 Coríntios 10.12.

A quarta causa é a carência, que leva um homem ou uma mulher a buscar em uma relação extraconjugal o que lhe falta no casamento. Uma esposa, inconscientemente, pode cometer adultério devido à carência afetiva. Um marido pode ter um relacionamento adulterino na tentativa de conseguir uma realização sexual que lhe falta no casamento.

O impacto que o adultério proporciona em um casamento é forte e muitas vezes devastador. A indústria do cinema já tratou do tema em vários filmes. O mais conhecido deles é “Atração fatal”, estrelado por Michael Douglas e Glenn Close.

O adultério quebra o pacto, a aliança e a unidade do casamento. Porque, segundo Paulo, uma relação sexual é que determina a expressão bíblica “uma só carne”. Orientando os crentes de Corinto, Paulo alerta que se um homem tiver relações sexuais com uma prostituta, por exemplo, além de pecar contra o seu próprio corpo, se faz um só corpo com ela (1 Co 6.15-17). O adultério fere de tal maneira a unidade do casamento que até mesmo Jesus permitiu o divórcio nesse caso (Mateus 19.9).

Há esperança para um casamento que sofreu ou sofre com o golpe do adultério? A resposta é SIM. Mas é preciso muito trabalho e contar, de forma abundante, com a graça e a misericórdia de Deus.

Para um casamento vítima de um adultério o remédio que deve ser imediatamente administrado é o do arrependimento, confissão e perdão. Não é tão fácil como uma “receita de bolo”, mas sendo administrado com a ajuda de Deus e muito trabalho e vontade por parte dos cônjuges é possível restaurar um casamento vítima do adultério. Ficarão cicatrizes? Claro que sim. Cicatrizes são cicatrizes, não feridas que sangram. Cicatrizes deixam marcas, mas não exercem influência sobre nosso organismo. Um casamento que sobrevive ao adultério não será o mesmo de antes, terá suas marcas, mas será, com certeza, uma demonstração viva do poder restaurador de Deus.

O melhor exemplo de restauração de um casamento abalado pelo adultério está na vida conjugal do profeta Oseias e Gomer. Deus até mesmo se apropriou daquele episódio triste na vida do profeta para mostrar a infidelidade do povo de Israel (Oseias 1-3). O segredo da restauração conforme a história de Oseias e Gomer está no amor (Oseias 3.1). O amor que perdoa, que restaura e reconcilia. É esse o mesmo amor que Deus demonstra para conosco, todos os dias, apesar da nossa infidelidade constante para com Ele.

 

Gilson e Elizabete Bifano são casados há 24 anos. Dirigem o Ministério OIKOS. São escritores e conferencistas na área de família e casamento. Ele é formado em teologia, pedagogia e filosofia. Ela é educadora religiosa e psicóloga.

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