Esta artigo aborda a retrospectiva histórica da produção de arroz em Roraima enfocando aspectos históricos por tipo de exploração da terra, niveis tecnológicos empregados, a evolução na área plantada, na produção e na produtividade. Faz a análise da contribuição da pesquisa para a viabilidade técnica e econômica da rizicultura em Roraima.

O arroz plantado em Roraima abrange áreas de sequeiro em ecossistema de floresta, principalmente explorado por produtores em projetos de assentamento/colonização; arroz de sequeiro em área de cerrado e em áreas de várzea.

Oryza sativa é, dentre as sete espécies de arroz, a mais plantada, estando este entre os três cereais mais consumidos pela população mundial. Produção de arroz em Roraima Da produção de 107.075 toneladas de arroz produzidas em Roraima, no ano de 2011, 88.900 foram cultivados nas várzeas (arroz irrigado), com destaque para os municípios de Bonfim e Normandia que responderam por 55% deste total. Nos municípios de Boa Vista, Cantá e Pacaraima, também prevalece a produção de arroz irrigado, enquanto que nos demais municípios, a maior parte é produzida sob condições de sequeiro, principalmente em projetos de colonização (Figura 1).

Para facilitar a análise do agronegócio arroz em Roraima, numa visão histórica, far-se-á a separação em quatro situações distintas: a primeira tem como foco o arroz de terras altas ou arroz de sequeiro plantado em área de floresta; a segunda situação refere-se, ainda, ao arroz de terras altas, porém para os plantios realizados em área de cerrado; no terceiro caso, analisa-se o cultivo do arroz irrigado nas áreas de várzea e, por último, as pesquisas e iniciativas de produtores para recomendar e comercializar variedades com tipo de grãos especiais, como por exemplo, para a culinária japonesa. 2.5.1. Arroz de Terras Altas (de Sequeiro) plantado em área de floresta O cultivo de arroz em Roraima teve início com a instalação das primeiras colônias agrícolas no início dos anos 40 e era praticado por produtores oriundos do nordeste brasileiro. Os primeiros plantios foram realizados visando abastecer o mercado local. O sistema de cultivo conhecido como tradicional, em áreas de floresta na Amazônia, era iniciado com a broca (corte das pequenas árvores), derrubada (corte das árvores com maior porte), queima e encoivaramento (retirada dos galhos e troncos finos que não foram eliminados na queimada). Este processo é conhecido como broca-derruba-queima-coivara ou broca-derruba e queima. Desta forma, a área estava limpa para o plantio. As cinzas das folhas e dos galhos das 2 árvores, após a queima aumentavam a fertilidade do solo, fornecendo minerais, principalmente fósforo e potássio, para serem aproveitados pelas culturas agrícolas. Esse processo foi e ainda vem sendo utilizado, na Amazônia brasileira durante o processo inicial de ocupação com atividades agrícolas, notadamente nos projetos de assentamento e colonização. É uma prática onde não havia nenhum tipo de mobilização do solo para o plantio e nem tão pouco o uso de fertilizantes químicos. [...]