Resumo em tópicos sobre os significados em relação à criança e seu papel social, conforme diversidades culturais existentes nas sociedades.

Autor: Dr. Elionai Dias Soares

Professor de OMF / Anatomia Humana – Cesmac / AL

Curso: Licenciatura em Educação Física – Claretiano / SP

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Considerações Iniciais

Ao considerar o homem como ser social e a grande diversidade cultural existente nas sociedades, a criança foi percebida e tratada de formas distintas, conforme fases da história. Assim, em cada contexto de época, foram atribuídos distintos significados em relação à criança e ao seu papel na sociedade, produzindo-se imensa diversidade de conceitos e percepções sobre a infância. A seguir, temos um resumo em tópicos das principais características de cada época.

 

A criança na Antiguidade

- Na Grécia antiga, o pai era a autoridade máxima;
- A família da criança era seu referencial (educação, cultura, moral, saúde);
- Presença da incapacidade de usar o pensamento e o raciocínio para alcançar a virtude (conforme Aristóteles);
- Entendimento de que a criança é incapaz e inoperante, cujo valor estava no potencial de desenvolvimento;
- Fase em que ainda não há identidade;
- Fase a ser rapidamente superada.

 

A criança na Idade Média

- A criança pequena traz consigo o pecado e sua alma não é inocente; - A infância (período em que não se fala) é uma época desprezível;
- Período com necessário adestramento educativo e moral;
- Fases de adolescência e infância não definidas;

- Criança como tema ausente na produção artística da época;

- Um adulto em tamanho reduzido;

- A morte prematura já era prevista pelas famílias;
- Sem personalidade e alma;
- Não havia consciência das particularidades da criança.

 

A criança na Modernidade

- Significativas mudanças nas concepções;
- Preocupação quanto à educação e à moral;
- Criança reconhecida como uma entidade separada;
- Associação das crianças às brincadeiras sexuais dos adultos;
- A criança era considerada alheia e indiferente à sexualidade;
- A criança adquire uma conotação religiosa e casta;
- Uma noção essencial se impõe: a “inocência infantil”;
- Fragilidades da criança, associadas à ideia de inocência;
- Infância santa influenciada pelo Cristianismo;
- Interesse pelos estudiosos, educadores, moralistas e pedagogos;
- Caráter educativo no desenvolvimento da criança;
- Rousseau dá grande ênfase à infância e à educação;
- A partir de Rousseau, intensificou-se a tendência de valorizar a educação infantil.

 

A criança na Contemporaneidade

- A partir do século XVIII, as percepções sobre a infância sofrem profundas mudanças;
- Atos de pedofilia e de crianças vítimas de estupro;
- No Brasil, as crianças eram submetidas ao regime de escravidão;
- A escravidão no Brasil representa um grande abalo no sentimento e na valorização da infância;

- Surgem dois tipos de infância: a) uma incluída na cobertura das políticas sociais básicas; b) outra excluída das famílias e das políticas sociais;
- Século XX - a criança se torna objeto de políticas governamentais de caráter mais abrangente;

- A criança como sujeito de direitos civis, humanos e sociais; - Na prática, esses direitos são sempre transgredidos;
- Influência da mídia / globalização;
- Cultura do consumo;

- “Expulsão da infância”;
- Fusão dos gostos de crianças e adultos;
- Aumento do uso de drogas, alcoolismo, atividade sexual e criminalidade; - Papel social desempenhado pela criança na comunidade;
- Encontram-se cada vez mais solitárias.

 

Referências:

ANDRADE, L. B. P.; SOUZA, T. N. Fundamentos da Educação Infantil. Batatais: Claretiano, 2013. 201 p. ISBN: 978-85-67425-96-2 1.

KRAMER S. O papel social da educação infantil. Disponível em: . Acesso em: 14 abr. 2021.

MOURA, T. B.; TORRECILAS, F. V.; LOYOLA; V. D. Uma Análise de Concepções Sobre a Criança e a Inserção da Infância no Consumismo. Disponível em: . Acesso em: 14 abr. 2021.