Partindo do documentário analisado(Pro Dia Nascer Feliz), vemos os alunos expostos a realidades diferentes e como cada um a interioriza e as devolve para o ambiente escolar. Porém deve-se chamar a atenção para o modo que esses alunos interiorizam a sua realidade, deixam influenciar por elas e como as devolvem ao ambiente escolar, através de seus atos. Temos de ter um olhar mais atencioso com os conflitos vividos internamente pelos alunos, em seu intelecto e como isto afeta sua vida estudantil.

Podemos ver que os conflitos internos vividos pelos alunos diferenciam-se com a realidade educacional a qual eles são expostos. Observamos também como esses conflitos influenciam suas práticas no ambiente escolar. É necessário um olhar mais apurado para enxergarmos como esses conflitos podem ser refletidos de uma forma positiva no âmbito educacional. É necessário estimular essas boas práticas, por esses conflitos de forma positiva. É importante enxergar o aluno como alguém que tem sentimento e que esses influenciam em seus atos, Não podemos ser educadores frios, sem levar em conta esses aspecto(dentro de um limite de envolvimento afetivo).

            Um dos maiores conflitos no ambiente escolar é a violência, tanto verbal quanto física. É uma situação complicadíssima para se lidar, muitas vezes envolvendo a sua emoção, mas deve haver um limite de envolvimento do professor com o aluno e com a situação. Ele deve saber que ele não pode e nem deve querer resolver todos os problemas de cada aluno. Mas, que pode colaborar para que eles sejam amenizados, encorajando-os a superar suas dificuldades. E mesmo que o profissional não tenha todas as respostas, basta acolher e amar, pois com simples atos consegue ensinar e transmitir muitos aprendizados que vão além da sala de aula. Não envolver-se é fundamental, para sua própria saúde, pois se assim não for, algo que poderia ser gratificante torna-se exaustivo e cansativo. Às vezes por esses e outros fatores, tanto educadores quanto alunos se sentem desmotivados, em relação à educação de uma maneira geral, vide que ambos cada um em sua respectiva realidade enfrenta na maioria das vezes muitas dificuldades.

A negociação e o diálogo são vitais para entender o porquê de ocorrer, muitas vezes esses conflitos dentro e fora do âmbito educacional. Cada aluno tem um modo de pensar, agir diferenciadamente. Portanto, os educadores de maneira geral devem estar atentos, a todas essas complicações. No processo educacional é fundamental garantir a liberdade e o respeito do outro, tanto por parte dos educadores quanto dos alunos.

            As instituições de ensino e os pais partilham a tarefa de educar e socializar crianças e adolescentes. A obrigação, no entanto, é naturalmente conflituosa. Por um lado, discute-se os limites da intervenção dos professores na vida do aluno. Por outro, existe a necessidade de impor regras para a conduta dos estudantes no ambiente escolar. Na escola há hierarquia. Se o problema for com algum professor, o aluno pode procurar os orientadores ou a direção escolar. O mesmo ocorre em relação ao professor,que tem o dever de estabelecer a ordem na sala de aula. Ele deve usar o bom-senso, é claro que não se pode confundir autoridade com autoritarismo, mas se algum momento o aluno estiver atrapalhando, em sala de aula o professor deve exercer sua função de manter a disciplina.

No Estatuto da Criança e do Adolescente há, além dos direitos, os deveres dos menores e baseados neles a escola pode impor suas normas. Caso o aluno não obedeça, o professor pode recorrer à orientação educacional e à direção, que em casos mais graves pode chamar os responsáveis.

Em relação ao aluno ser expulso de sala de aula, a Constituição garante ao aluno o direito à educação. Mas, se houver real necessidade, o professor pode recorrer a atividades extra sala, para que a ação de retirar da classe não seja ainda mais atrapalhada, para o aluno.

O que não deve acontecer é aluno ficar perambulando por toda a escola, sem atividade, ou mesmo, o professor criar situação constrangedora para a criança, o que pode ser caracterizado como ''bullying'', que é o assédio moral. Pelo mesmo direito à educação, o aluno não pode ser expulso, como já ocorreu no passado. A instituição de ensino deve promover meios para solucionar a situação. Se em algum momento for verificado que continuar na mesma escola pode prejudicar até mesmo o aluno que causa a indisciplina, os pais podem ser orientados pela direção, para o bem de seu filho, a buscar outra escola, possibilitando nova oportunidade de mudança de comportamento e evitando maiores problemas no relacionamento escolar.

Destaca-se também o conflito interior vivido por muitos alunos e a falta de estímulo recebida pelos pais e pelos professores. Muitos jovens vivem com medo do futuro, se vão conseguir chegar a algum lugar, se vão alcançar um lugar de destaque na sociedade.

Quando não recebemos apoio no que fazemos, costumamos achar que aquilo não vai dar certo. Às vezes o sentimento de incapacidade nos rodeia e para que acreditemos no sucesso é preciso receber estímulos. Existem professores que não acreditam no potencial dos seus alunos e não os fazem tentar evoluir.É preciso lutar e batalhar. Acreditar em sua capacidade e vencer os seus medos, por mais que ninguém acredite, mas todos nós somos capazes. O estudo é muito valioso, se o gosto pelo estudo não existe e se a família, ainda por cima, não o valorizar, será difícil que ele se transforme num hábito. Frequentemente os pais pensam que não podem ajudar os filhos, porque têm menos estudos do que eles. É uma ideia errada. Valorizar a escola e a sua frequência, demonstrar interesse pelas atividades.

São diversas formas de os pais ajudarem os seus filhos a sentirem-se valorizados e acompanhados e a adquirirem hábitos e gosto pelo estudo. Portanto se as escolas e o governo não estão com estruturas apropriadas para amparar esse aluno, por vários motivos já citados. Seria muito mais fácil com esse estímulo vindo de sua criação e ambiente familiar onde se constrói sonhos e valores.

O ambiente escolar deve saber gerenciar e ser a verdadeira mediadora de todos esses conflitos que ocorrem na educação.