KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. (tradução de Lucimar Coghi e Fulvio lubisco). São Paulo: Martin Claret, 2009, p. 31-51. 

Resumo 

A primeira parte da Crítica da Razão Pura, a estética transcendental, tem por escopo estudar as formas a priori da percepção. O conhecimento, segundo Kant, é possível mediante a atuação das formas a priori da percepção -espaço e tempo- e através da experiência. O conhecimento se constitui por meio de dois processos o da intuição e do entendimento. A intuição nada mais é do que a captação imediata das representações sensíveis, ou como o filósofo chama dos fenômenos (síntese das formas sensoriais sob a forma de espaço e de tempo). Esta é possível mediante a atuação das formas a priori da percepção que são: o tempo e o espaço. Sem estas duas formas a priori, a captação sensível do objeto seria impossível. Kant afirma que o tempo e o espaço são condições a priori da experiência porque é impossível apreender o espaço pelo processo de abstração porque ele não é uma imagem completa de algum objeto externo; não existe nenhum objeto que se possa chamar espaço. A mesma observação vale para o tempo. O criticista, incorporando as formas a priori da percepção como possibilidade para o conhecimento de um determinado objeto, conclui que o conhecimento é uma síntese de elementos a priori (espaço e tempo) e aposteriori (os objetos da percepção). Com isso Kant estabelece um tribunal crítico frente ao conhecimento metafísico demonstrando a impossibilidade de o atingirmos por tratar-se de objetos a priori. Portanto, o objeto do conhecimento é empírico, porém os mecanismos que possibilitam tal conhecimento são racionais.