Resenha - Texto: TEIXEIRA, Faustino. O Censo de 2010 e as contribuições no Brasil: esboço de apresentação. IN: TEIXEIRA, Fustino; MENEZES, Renata. Religiões em movimentos: o censo de 2010. Petrópolis: Vozes, 2013.

O artigo do professor e Teólogo Faustino Teixeira nos coloca a par de um cenário amplo e múltiplo que forma o campo religioso brasileiro. Os dados consolidados do censo de 2010 externam uma realidade em franca ascensão que marca de forma dileta esta nova fase da formação da sociedade brasileira prefigurada pelo desenvolvimento do percurso histórico do século XXI. Somos e formamos uma sociedade plural em sua essência, tendo como uma de suas principais matizes as matrizes religiosas que se intercruzam e ao mesmo tempo ocupam espaços de significação em diferenciados por contextos de tensões e aproximações. O discorrer do texto apresenta um exercício racional e metodológico no trato com as fontes consultadas. Tratar com números é de fato um exercício metódico que exige do leitor-pesquisador habilidades pontuais para encontrar respostas plausíveis para as questões postas. É dai que visualizamos a possível tese do autor quando de forma implícita nos faz refletir sobre a seguinte questão: “Como compreender a diversidade religiosa no Brasil do século XXI?” A tese que hora identificamos é uma visão pontual, não sendo generalista passível de ser observada por outro (a) interlocutor (a) por um ângulo diferente. Dentre os diversos aspectos que se destacam na proposição da argumentação nos associamos a dois conceitos que consideramos de suma importância sua analise. O conceito de “metamorfose da fé” torna-se uma via concreta para análises concretas a cerca da multiplicidade/mobilidade que o campo religioso brasileiro está imerso, ou seja, é um processo fluido caracterizado por uma velocidade constante comprovada pela oferta de números significativos postos em analise na obra, e que tornam o censo um fecundo objeto de pesquisa. Outro aspecto que trazemos a tona é o olhar significativo dado à pesquisa, acerca da significativa parcela da população brasileira, sobretudo os mais jovens que foram classificados como “peregrinos do sentido” prefigurando assim um processo irreversível presente no âmbito da construção de novas sociabilidades no tocante a segmentos sociais que estão presentes na vida dos jovens, como a escola e a religião. O autor deixa claro que a uma busca por definições, a mesma é prefigurada por relações que se estruturam a partir de opções impetradas como a (des) institucionalização que permeia a construção deste sentido em que o sujeito aportará sua condição e ação social. As matrizes religiosas presentes na pesquisa vivem sob a égide das mudanças oriundas de um processo duradouro e estruturado.