RESENHA Referência: AZEVEDO, SILVA & MEDEIDOS, Educação Profissional e Currículo Integrado para o Ensino Médio: Elemento Necessários ao Protagonismo Juvenil. Artigo submetido em julho/2015 e aceito em julho/2015.

O presente trabalho é resultado de uma pesquisa que está em desenvolvimento junto ao Programa de Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN – Campus Natal-central. Trata do Currículo Integrado e da Educação Profissional. Foi realizado um levantamento bibliográfico acerca da Educação Profissional, na perspectiva do currículo integrado, como ambiente de oportunidades, desenvolvimento, possibilitando o exercício pleno da cidadania e protagonismo juvenil, como estratégia educativa. Segundo os autores, foram analisadas as bibliografias que nortearam tanto o pensamento clássico como o atual, tendo como objeto de estudos: Educação Profissional, Currículo Integrado, sendo esses bases para o Ensino Médio (Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura). O estudo sugere ainda para uma formação que que possibilite a emancipação do educando como princípio educativo, desde que este ensino propicie formação cidadã, compreendendo a realidade social, econômica, política, cultural, no sentido de contribuir para uma sociedade mais justa e humana.


Os autores começam começam relatando como se desenvolveu o ensino médio, bem como a educação profissional na década de 90 no Brasil, contrapondo as suas finalidades. Visto que, inicialmente, teve finalidades excludentes e de atender aos interesses de grupo da elite. Essa dualidade entre educação geral e formação profissional, retomada pela legislação do Sistema Nacional de Educação Profissional pela LDB – Lei 9.394/96, possibilitou a oferta dessa modalidade em articulação com o ensino médio.

No entanto, mesmo essa política estando normatizada não promoveu uma formação integral, consequentemente, não assegurou a maioria dos indivíduos o acesso ao ensino superior, tão pouco ao mercado profissional na forma integrada. As definições das diretrizes do Conselho Nacional de Educação para o Ensino Médio permite-nos relatar quanto às suas definições de ensino médio, atendendo a formação integral do educando, a qual o habilita para vida produtiva.

Posteriormente, os autores tratam do currículo integrado onde os mesmos o entendem como propõe Carvalho (2004), “um dispositivo pedagógico engendrado em contextos diversos que, por sua vez, dão-se em uma intertextualidade de versões estéticas, políticas e discursivas”. Nos permite afirmar que ele é um potencial mecanismo de ampliação e ascensão social. Mas, a questão é: Como este currículo está fundamentado? Que caráter político e ideológico ele atende? Esses questionamentos tem sido palco de debates há muitas décadas no Brasil. Segundo os autores, o currículo integrado é uma tentativa de possibilitar aos estudantes o acesso aos conhecimentos científicos e culturais da humanidade, para que possam ter acesso a espaços para o desenvolvimento da experimentação e das práticas de estudo e investigação.

Nesse sentido, é necessária uma articulação diferenciada tanto entre os conteúdos como dos facilitadores, onde se pretende alcançar uma educação profissional que possibilite ao educando refletir sobre sua condição social e participar das lutas em favor dos interesses da coletividade. Essas características resultam em um Currículo Integrado diferenciado, que não esteja direcionado apenas para atender aos interesses do mercado.

Com isso, as instituições de ensino não devem ser apenas espaços de procedimentos e operacionalização do currículo, ela perpassa pela compreensão crítica da realidade social e que o educando possa se firmar e contribuir para a transformação de seu meio, em função dos interesses coletivos. E que, para tanto, é preciso um conjunto de políticas publicas, profissionais e investimento, entre outros.

 

José Antonio de Sousa