A historia começa quando dois amigos, um politico e um poeta, iniciam uma longa conversa. Ambos vão até a igreja e avistam um relógio e o poeta conclui que esta máquina foi a o que influenciou o homem a se afastar da natureza. Neste momento do diálogo, pergunta a uma mulher, até então desconhecida, sobre o que achava de sua afirmação visto que ela também estava a observar o objeto. Logo eles descobrem que a desconhecida é uma ex-cientista, surgindo então uma discussão sobre o mecanismo. A mulher então passa a relatar sobre Descartes e sua visão do mundo como máquina e defere uma comparação entre o relógio antigo com a política, como se os representantes do povo não evoluíssem tendo todos um pensamento mecanista. “Tal como a crise da física na década de 20, ela deriva do fato de estarmos tentando aplicar os conceitos de uma visão do mundo obsoleta – a visão de mundo mecanicista da ciência cartesiana/newtoniana – a uma realidade que já não pode ser entendida em função desses conceitos.” (CAPRA, 2006, PÁG.13/14)

Ela retrata que os problemas devem ser olhados com um todo, um grande sistema, onde tudo está interligado. Em determinado momento o Brasil é citado pela cientista como país mecanista e exemplifica argumentando a enorme degradação ambiental do sul americano com foco no corte de árvores. Segundo Sônia, os sistemas não encorajam a prevenção, só a intervenção o que torna o processo mais caro e com menos eficácia a efeitos a longo prazo. A mulher conta de sua visita a Hiroshima, Japão, e se mostra culpada pelos acontecimentos e deduz que os seres devem aderir o pensamento dos índios americanos que praticavam a tomada de decisão pensando na sua sétima geração. Ela destaca que as pessoas devem suprir suas necessidades sem prejudicar as possibilidades das próximas gerações. O cientista Isaac Newton é citado pelos integrantes da discussão, a relação de prótons e elétrons para explicar a matéria, que a interação entre elementos explica o surgimento da matéria e conclui que tudo que que fazemos de alguma maneira interfere na vida dos demais. Ela argumenta uma frase do qual diz os ´´fungos precisam de arvores e vice-versa´´. Se um morre, o outro também morre, enfim o político consegue entender a visão sistemática da cientista.

Vivemos hoje num mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos, pscológicos, sociais e ambientais são todos interdependentes. Para descrever esse mundo apropriadamente, necessitamos de um perspectiva ecologica que a visão de mundo cartesiana não nos oferece. (CAPRA, 2006, PÁG. 14)

Conclui-se que o filme, se inicia e se prolonga em uma constante discussão envolvendo representantes de lados opostos, a cientista o tempo todo demonstra a vontade de convencer o político, que representava o lado mecanista. A ideia principal do filme é expor que todos atos geram uma repercussão, consequências e as praticas a longa prazo devem sem planejadas e executadas sempre com pensamento a longo prazo, as gerações futuras não devem ser penalizadas pelas ações inapropriadas do presente ,tudo deve ser pensado, a natureza não é uma mecânica; ela se degrada com os malefícios humanos que, tardamente se refletem para a humanidade. A camada de ozônio é um dos exemplos a serem citados atualmente. O homem só pensa em mudar aquilo que o afeta mas, a natureza se recupera a longo prazo. Para finalizarmos, Capra (2006) coloca o argumento de que a gravidade de nossa crise atual indicam que caso consiguamos integrar a teoria dos sistemas vivos em nossas realizações diárias é suscetível de resultar numa transformação de dimensões sem precedentes.

 

REFERENCIAS:

O PONTO de mutação. Direção: Bernt Amadeus Capra. Manche, France. Produtora Atlas, See More, 1991. (1 DVD), 112 min, colorido, sonoro.

CAPRA, F. O Ponto de mutação. A Ciência, a Sociedade e a Cultura Emergente. 26ª reimpressão. Tradução: Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix, 2006, 432p.

CAPRA, Fritjof.O ponto de mutação. 26. ed. São Paulo: Cultrix, 2006. 432 p.