BARCELOS, José Daniel Mendes, SOUZA, Solange Jobim. Cinema, Narrativa e Subjetividade. (p.65 – 87).

 

            Os autores do texto abordam o cinema como uma imagem, que tem uma história que se relaciona ao progresso das técnicas utilizadas aos modos de as mais diversas transformações em relação ao homem (em utilizar – se de sua imaginação). Torna – se necessário contemporaneamente fazer uma reflexão para se entender como este homem fará a materialização destes efeitos de imagens para a linguagem do cinema. Procura – se ser retratado como os mais diversos elementos são importantes para a materialização da imaginação desde as palavras até a escrita, passando pela invenção de outros recursos como a câmera.

            Há uma grande explicação a respeito das percepções das imagens por parte dos espectadores e com isso consequentemente o texto aponta para como as imagens operam e transformam os modos de produção de conhecimento, além de exercitarem novas formas de percepção e realidade. Uma questão que fica bem explicita é a que o cinema desta forma invade abordagens sociológicas que instigarão o debate sobre a constituição subjetiva da massa espectadora no contexto da sociedade capitalista moderna.

            O texto aborda que o cinema quando em algumas perspectivas inibe certas atividades intelectuais do espectador quando este precisa fixar sua atenção. É com o processo de rápidas mudanças tecnológicas que a obra de arte passa a só ter valor à medida que sua espontaneidade é evidenciada. Os autores fazem uma reflexão sobre quanto mais produtivo for à obra, maior poder de penetração ela terá sobre as massas.

            Destaca – se que o papel tecnológico cresceu absurdamente para tudo, ganhando espaço principalmente para a reprodução da obra de arte (o cinema). É com o advento do cinema que ocorrem mudanças profundas na estrutura da percepção do homem, consequentemente contribuindo para os efeitos em relação às imagens cinematográficas, proporcionando o olhar do choque que as técnicas avanças podem proporcionar, pela alta realidade que transmitirão.

            O texto permeia uma questão importante em relação às transformações da narrativa que aborda que o cinema de ficção apresenta como relevante, na medida em que exprime, de maneira específica, o real; dá forma a ele, exterioriza-se em direção ao mundo, uma realidade compartilhada, em que, na verdade, um filme irá possuir as mais variadas formas de leituras que irão determinar sua permanência e pertinência histórica.

            Aborda – se que o cinema é o condensador de avaliações sociais, pois, cada um poderá fazer a sua interpretação do que foi contextualizado pelas cenas, havendo um diálogo com o espectador. Deixa – se explicado que a imagem do filme nos remete para uma visão de mundo própria do diretor/autor, mas sem a relação espectador - imagem a obra perde seu valor de compreensão social, restando somente à possibilidade de interpretá – la a partir da personalidade do diretor/autor.

            O texto irá partindo para a sua conclusão com que a interpretação das imagens deve, portanto, favorecer a entrada do sujeito (espectador) no fluxo da narrativa em qualquer ponto do discurso/imagem, sem que se perca o objetivo geral do diálogo. Sua importância como instrumento de conhecimento da realidade social é valiosa.

            Os autores concluem que tais reflexões apresentam a urgência de enfrentar a questão da formação do leitor de imagens, este novo sujeito de uma época nova, que precisa apropriar sua capacidade de leitura e interpretação do mundo.

            A maneira como o texto faz sua conclusão leva – se o leitor a refletir sobre toda a abordagem técnica inicial indo para a questão cinematográfica, para além da imagem. O avanço da indústria do cinema faz - se pensar como muitas vezes é impossível acompanhar tantos lançamentos e, principalmente, ver, mais de uma vez, um título. Talvez estejam nesses dois fatores duas grandes dificuldades para a formação de pessoas com senso crítico em relação aos filmes, sendo uma delas o fato de serem capturadas logo no primeiro olhar. Como geralmente não têm oportunidade de rever as narrativas, ou de terem uma boa formação para as imagens (cinema, etc.), ficam trancafiadas, um olhar preso ao senso comum das histórias contadas com imagens em movimento e ao círculo vicioso das narrativas previsíveis que viciam o gosto e não despertam o senso do juízo estético.A arte cinematográfica exerce ainda com a  imagem e som diretamente sobre a sensibilidade do espectador. Este imediatismo gera no educando uma postura de participação, tendendo a comportamentos e manifestações que escapam ao controle,dos métodos tradicionais de aprendizagem. O espectador educando é surpreendido a cada plano e instigado a transitar por novas formas de expressão e de recepção, visto que as imagens do cinema produzem primeiramente um efeito psicológico e emotivo.