O texto “A formação humana na perspectiva histórico-ontológica” traz reflexões sobre a formação do ser humano numa visão histórica e investigativa da natureza da realidade e da existência humana. Diante da perspectiva apresentada no texto já se percebe a educação como fundamental na sociedade para formação humana, no entanto de acordo com o apresentado no início do texto, para um processo educativo efetivo se devem considerar os aspectos empíricos que caracterizam o ser humano, ou seja, conhecimentos que não estão ligados ao ensino formal, mas que estão interiorizados em todos os indivíduos. Evidencia-se ainda na primeira parte do texto a educação como fator de “promoção” do homem na sociedade, quanto mais instruído for o indivíduo melhor será sua colocação e percepção dentro da sociedade.

            A educação ainda é retratada no texto como uma atividade específica dos seres humanos, logo o educador tem que ser um conhecedor do homem e para construir tal competência faz-se necessário o estudo da filosofia que de acordo com o apresentado no texto é a forma mais elaborada do grau mais elevado de compreensão do homem. Ainda temos nessa segunda parte do texto todo e qualquer homem como filósofo, pois de uma forma mais ou menos objetiva todo ser pensa e elabora sua compreensão sobre si mesmo ou das coisas, no entanto nem todos exercem a função de filosofar.

            Marx é citado e nos possibilita refletirmos sobre diversos aspectos, dentre eles, por exemplo, a verdade objetiva como um problema teórico, enquanto deveria ser encarado como um problema prático, pois é na prática que o homem demonstra realmente a “verdade”. Outra reflexão a ser ressaltada é a importância do trabalho humano, pois é por meio dele que o ser humano incorpora a natureza ao campo dos fenômenos sociais, e nessa percepção as necessidades humanas são ampliadas deixando-se de produzir apenas para a subsistência. O produto, ou seja, o objeto do trabalho é a realização do plano antes existente na vida humana, daí a necessidade de uma produção efetiva, que fuja do processo alienante, dado que a partir do momento que o indivíduo desconhece o resultado do seu próprio trabalho e nem ao menos pode usufruir de tal resultado a função exercida transforma-se em um trauma.

            Ainda na visão de Marx apresentada no texto de Saviani e Duarte percebemos o quanto o sistema capitalista propicia o processo alienatário, visto que após a Revolução Industrial priorizou-se a produção fragmentada. O trabalhador então se sujeita a tal situação, pois se vê obrigado a vencer sua jornada de trabalho para ter sua recompensa que é o salário e que assegura sua sobrevivência, ou seja, suas necessidades básicas. A partir daí o indivíduo é feliz quando está no seu momento de ócio e infeliz quando está no trabalho. A superação do processo alienatário ainda de acordo com o texto não se dá pela negação do trabalho, mas pela transformação da atividade em relação consciente com o mundo, continua-se trabalhando, mas o objeto de trabalho passa a ser perceptível e o trabalhador consciente de sua produção. Através da leitura do texto de Saviani e Duarte percebe-se, portanto, a importância do estudo de “clássicos”, ou seja, aquilo que apesar do passar do tempo ainda se faz presente e necessário ser estudado e analisado na formação humana.