RESENHA DE GENEALOGIA DA MORAL DE NIETZSCHE

                        Ivone Cortina

Licenciatura em Filosofia

Faculdade de Ciências Humanas – FACH

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1 Introdução

O questionamento de Nietsche em relação à origem dos preconceitos morais se denota desde o prólogo de sua obra, tendo em conta que o homem olha o mundo em suas exigências morais, buscando conhecer a si próprio e fundamentando-se em respostas baseadas em concepções do pensamento ilógico.  Nietzsche buscou conhecer e discernir o preceito do bem e do mal além da conceitualização teológica, fundamentando-se no conhecimento a priori, tendo o cuidado de suscitar novos questionamentos sobre a existência da moralidade e o seu valor, pois para ele o bom estava ligado ao nobre, à afirmação de sua própria vontade. Em um breve relato histórico posiciona-se quanto à investigação minuciosa e interpelativa que o mesmo realizou em relação ao conhecimento da moral. Sua obra tem a intenção de explicar o caráter da verdade, a qual tem o valor absoluto. Em sua obra “Para a Genealogia da moral” p 11 # 5 cita: 

No fundo interessa-me algo bem mais importante de que revolver hipóteses minhas ou alheias, acerca da origem da moral (mas precisamente, isso me interessava apenas com vista a um fim para o qual era um meio entre muitos). Pra mim, tratava-se do valor da moral.

 

Em Nietzsche constata-se a crise moral, a qual aparece principalmente com concepção filosófica a priori e da noção do eu transcendental de Kant, a qual fornece condições de possibilidades dos fenômenos. Segundo Nietzsche o bem nem sempre foi considerado um valor eterno, pois esse nem sempre foi aceito culturalmente devido a sua negação de existência e, portanto não haveria valores transcendentes do bem e do mal. A verdade deve nortear a ciência, pois Nietzsche refere que é impossível afirmar uma veracidade sem se desvencilhar da fé.

A genealogia da moral busca a procedência metafísica, a origem dos valores, pois essa não está no transcendental, mas sim na criação humana. O valor é útil, mas não deve ser tomado como algo a ser venerado.