O autor do texto supra titulado, ao abordar a Arquitetura no seu sentido pleno reconhece que sua efetivação realça da sua capacidade de atender à demanda e a objetividade requerida para o seu fim, a partir da interpretação dos requisitos antepostos interagidos à criatividade de ficção que o arquiteto remete à sua produção. Do ponto de vista da construção a Arquitetura é a ciência aplicada à organização de espaços e edificações, que leva em conta os princípios estéticos, os aspectos sociais dessa organização e as condições técnicas de realização, quanto à sua utilização, eficácia e segurança. Notoriamente, tanto o projeto quanto o conceito deve estar intrinsecamente ligado a esses princípios. Porém, são segmento que dependem de um empreendimento ou de uma antevisão que infere em premissas com silogismo. Para a idéia conceitual dois aspectos são significativo: a idéia de o que projetar e que passa a ser o elemento indutor do processo de projeto; e a tendência proposta para elaboração desse processo. Não se pode arquitetar, projetar ou conceituar sem que se tenha preconizado um resultado que atenda o objetivo daquilo que se quer arquitetar. A imaginação, tomada nas palavras de Maciel (2005) como ficção são elementos que legitima as ações do arquiteto, com ênfase naquilo que lhe confere a qualidade. Responder à problematização arquitetônica torna-se a missão efetiva e subjetiva do arquiteto, no seu papel de interpretar e transformar toda a fundamentação do propósito em uma realidade criativa e com arte. Conseqüentemente, essa missão não surge senão acompanhada de tomada de sucessivas decisões racionais e, geralmente com influência da experiência do arquiteto e do momento da realização do projeto. 2 Nesse aspectos o resultado do projeto arquitetônico propiciará dois pontos de entendimentos. O primeiro é a presença da subjetividade do arquiteto na sua realização; o segundo é a conceituação do usuário, a partir do projeto em si. Conseqüentemente, o que se leva em consideração em relação á concretização do projeto são buscas e determinações relativas ao lugar, ao programa e à construção, podendo ser interpretado como: Lugar: No que concerne ao lugar para o qual o projeto se elabora, três aspectos significativos devem ser atentados, a organização do que o arquiteto já tenha pré-estabelecido, tais como: 1) a geografia, a topografia e a geometria do terreno, sua conformação geológica, a paisagem física e cultura, a estrutura urbana, o sol, os ventos e as chuvas e ainda a legislação de uso e ocupação do solo; 2) o conhecimento e habilidade para se evitar incompatibilidades que requeiram remendos posteriores; e 3) compreensão e a interpretação do lugar, no intuito de gerar o espaço arquitetônico na medida em que tem o potencial de induzir modos diferenciados de ordenação da construção e das relações de uso que ali acontecem. Programa: Por acepção o termo programa designa o conjunto de dados, ações e instruções que devem ser observados e atendidos, para o desenvolvimento do projeto. As considerações são amplas, indo desde os limites e possibilidades da execução projeto. Nesse caso, uma das principais observações é considerar que “descartar as definições referentes às limitações econômicas ou entendê-las como uma restrição á criação é recorrer à exclusão do problema para buscar uma solução mais simples e fácil” (Robert Venturi, apud Maciel, 2005) Não obstante, o programa consta de todos os aspectos a serem percebidos e interpretados como fundamento para a elaboração do projeto arquitetônico. Nesse sentido, vale ressaltar a necessidade de determinações dos espaços de forma a acomodar as diversas atividades propostas para a edificação, o que na verdade representa a interpretação do programa, propiciando a interação de domínio do arquiteto, observando as definições qualitativas e distintas dos espaços, da ambiência e a demarcação do caráter público da construção, até porque a arquitetura se funda na necessidade de mediação das relações humanas, passando do atendimento objetivo a atividades específicas ao entendimento da questão dos usos e da ocupação humana do espaço edificado. 3 Construção: Com relação à construção, ao decidir pela sua forma arquitetônica, viabilizando os espaços, o arquiteto se prima pela definição das fundações da estrutura, das proteções contra as intempéries, das instalações complementares, dos processos construtivos e dos detalhes diz Maciel (2005) Nota-se, portanto, que conhecer a construção é a forma de se legitimar concretamente a idéia do objeto arquitetônico e, conhecer os procedimentos para uma construção lógica, operando a partir de seus fundamentos para atingir uma resposta concreta a problematização, que resuma numa consolidação concreta do conhecimento, da interpretação e da transformação das determinações, observando suas restrições. O desenho como mediador: Com vistas a permitir a interpretação e, conseqüentemente, a realização do edifício, o desenho, necessariamente passa a ser o mediador, devendo, no entanto, ser objetivo, lógico e claro, não criando dificuldades do entendimento do que lhe é concreto. Mesmo porque, suas deficiências exprime desconhecimento da construção. O ato de projetar pode ser entendido como um trabalho reflexivo, um esforço de equilíbrio entre o construir, o habitar e o pensar colocados como premissas para este debate, e como dito anteriormente, que alcance silogismo. REFERÊNCIA MACIEL, Carlos Alberto. Arquitetura, projeto e conceito. Arquitextos – Periódico mensal de textos de arquitetura. Disponível em www.vitruvius.com.br/arquitextos. Acessado em 13/04/2017.