INTRODUÇÃO

Representações gráficas e cartográficas é o tema do primeiro bimestre que deve ser desenvolvido junto aos alunos da SEEDUC-RJ na primeira série do ensino médio no âmbito da disciplina geografia. Entre as habilidades e competências a serem desenvolvidas neste período, destacam-se:

1 – Compreender a importância das representações gráficas e cartográficas para o entendimento da dimensão espacial dos fenômenos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais;

2 – Identificar os elementos que compõem mapas, gráficos, tabelas – entre outros artefatos representativos da realidade – de modo a caracterizar e interpretar o que está sendo especializado;

3 – Utilizar as coordenadas geográficas e as escalas na resolução prática e problemas de localização.

 

CARTOGRAFIA

Cartografia é uma área da geografia que trabalha com representações da realidade como mapas, gráficos, tabelas, globos etc. Entre os temas trabalhados pela cartografia estão:

1 – As formas de orientação;

2 – As coordenadas geográficas;

3 – Os movimentos da Terra;

4 – Os fusos horários;

5 – As representações cartográficas.

            Mapas

            Projeções

            Tabelas

            Gráficos...

1 – AS FORMAS DE ORIENTAÇÃO

Localizar-se, estabelecer caminhos e orientar-se para seguir a direção certa: isso sempre acompanhou a história do homem na Terra. O que mudou, ao longo do tempo, foram os recursos (equipamentos, instrumentos), as características do espaço geográfico e, por consequência, os referenciais para a localização e/ou a orientação. Neste sentido, penso ser necessário falar um pouco sobre as diferentes formas como os homens e mulheres se orientaram no espaço geográfico ao longo do tempo.

 

LOCALIZAÇÃO PELOS ASTROS

O Sol, a Lua e as estrelas – por surgirem todos os dias nos mesmos lugares – foram os primeiros meios de orientação utilizados pelos humanos para se deslocarem no espaço geográfico.

Para utilizar o Sol como meio de localização, basta direcionar o braço direito na direção onde o astro rei surge todas as manhãs (Leste). O outro braço aberto se voltará para o Oeste. Assim, estaremos de frente para o Norte e de costas para o Sul. Veja na Ilustração:

 

Norte, Sul, Leste e Oeste são os pontos cardeais.

A ROSA DOS VENTOS

A rosa dos ventos é um instrumento de orientação que aponta para todos os lados, desvendando os pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste), os pontos colaterais (nordeste, sudeste, sudoeste e noroeste) e os pontos subcolaterais.

Pontos Colaterais

• NO/NW - entre o oeste e o norte, há o ponto colateral noroeste.

• SE/SW - entre o oeste e o sul, há o ponto colateral sudoeste.

• SE - entre o leste e o sul, há o ponto colateral sudeste.

• NE - entre o leste e o norte, há o ponto colateral nordeste.

 

A BÚSSOLA

A bússola, também chamada de bússola magnética, é um objeto utilizado para orientação geográfica. Durante muito tempo esse instrumento foi utilizado na navegação como forma de localização. Até hoje, a bússola é considerada uma das maiores invenções da humanidade.

Por meio de uma agulha magnetizada colocada de maneira horizontal, a bússola é um objeto capaz de localizar os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste). Portanto, ela possui em seu interior a rosa dos ventos que indica os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais da Terra.

Isso porque ela atua sob o magnetismo terrestre, sendo atraída para a direção dos polos do planeta. A agulha, suspensa pelo centro de gravidade, gira de acordo com os movimentos realizados. A bússola aponta sempre para o polo norte magnético da Terra. Isso porque o planeta funciona como um enorme ímã que exerce força de atração nessa direção. Veja na ilustração abaixo:

 

O SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL – GPS

O GPS (Sistema de Posicionamento Global) é composto por 24 satélites distribuídos em seis planos orbitais. Esse sistema de navegação permite, através de satélites artificiais, a obtenção de informações sobre a localização geográfica em qualquer lugar da superfície terrestre e em qualquer hora do dia.

A localização geográfica ocorre em razão da emissão de rádio dos satélites que são captadas por receptores GPS na Terra. Estas informações são então decodificadas, fornecendo as coordenadas geográficas de um ponto qualquer na superfície terrestre.

 

2 – AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS

As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre ou um mapa. Através da interseção de um meridiano com um paralelo podemos localizar cada ponto da superfície da Terra. As coordenadas geográficas são a latitude e a longitude e ambas são contadas em graus uma vez que dizem respeito à circunferência da Terra.

LATITUDE -  Distância em graus medida a partir das linhas horizontais dos mapas: os paralelos. A latitude varia de 0º - na Linha do Equador – a 90º, tanto para Norte quanto para Sul. Só a latitude não é suficiente para encontrar a localização exata de um lugar.

LONGITUDE – Distância em graus medida a partir das linhas verticais dos mapas: os meridianos. A latitude varia de 0º - no Meridiano de Greenwich – a 180º, tanto para Leste quanto para Oeste. A longitude, apenas, não é suficiente para localizar uma área.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS – Ponto de encontro entre um paralelo (latitude) e um meridiano (longitude) que determina a localização exata de um ponto qualquer na superfície terrestre. Veja nas ilustrações abaixo:

 

3 – OS MOVIMENTOS DA TERRA

Ao mesmo tempo em que a Terra percorre a sua trajetória em torno do sol (Movimento de Translação), o planeta – igualmente – gira em torno do seu próprio eixo em sua Rotação. Os movimentos da Terra, aliados à sua forma esférica e à sua inclinação durante a translação, são responsáveis por fenômenos como a sucessão de dias e noites e das estações do ano. Vejamos:

O MOVIMENTO DE ROTAÇÃO E A SUCESSÃO DE DIAS E NOITES – Rotação é o movimento onde a Terra gira em torno de seu próprio eixo. Esse movimento acontece no sentido anti-horário e dura exatamente 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos para ser concluído, sendo o responsável pela sucessão de dias e noites. Caso a Terra não girasse em torno do seu próprio eixo, em uma das esferas do planeta não ocorreria os dias e na outra metade não ocorreria noites. Assim, em uma metade, escura, teríamos um clima extremamente gelado e na outra teríamos uma temperatura atmosférica altíssima. Resumindo: caso não existisse o movimento de rotação, a Terra não seria um planeta suscetível à vida. Veja na ilustração abaixo:

 

O MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO E AS ESTAÇÕES DO ANO – A translação da Terra é o movimento que o planeta realiza ao redor do Sol. Este movimento se completa em 365 dias e seis horas. As seis horas restantes são acumuladas ao longo de quatro anos, totalizando um dia que é acrescentado ao calendário nos anos bissextos.

O movimento de translação e a inclinação de 66º33’ no eixo de rotação da Terra são responsáveis diretos pelo surgimento das estações do ano (inverno, verão, outono e primavera).

Em determinados meses do ano um hemisfério recebe luz e calor com mais intensidade que o outro, dando origem a verões e invernos. Quando é verão no hemisfério sul é inverno no hemisfério norte e vice-versa. Já no outono e primavera, a quantidade de luz e calor se equivale.

Quando ocorre o recebimento de luz e calor de forma desigual nos hemisférios o fenômeno é chamado de solstício, esse período acontece nos dias 21 de junho e 21 de dezembro, e marcam a chegada do inverno e do verão.

No momento em que os dois hemisférios recebem luz e calor de maneira igual, o fenômeno é denominado de equinócio, que se inicia nos dias 21 de março e 23 de setembro, a principal característica desses dias é que as noites e os dias possuem o mesmo tempo de duração (12 horas), essas datas determinam o começo do outono e da primavera. Veja na imagem abaixo como esse fenômeno acontece:

4 – OS FUSOS HORÁRIOS

Por ser esférica, a Terra possui 360°. O Movimento de Rotação, por sua vez, é composto por 24 horas. Logo, se dividirmos os 360° da esfera terrestre pelas 24 horas da rotação do planeta, resulta 15°, que corresponde a uma hora. Como sabemos, o movimento de rotação é o responsável pelo surgimento dos dias e das noites. Assim, o ser humano instituiu horários distintos no mundo a partir do sistema de fusos horários. São ao todo 24 fusos e cada um deles corresponde a uma linha imaginária traçada de um polo a outro.

Neste sentido, cada fuso se encontra entre dois meridianos. Toda a faixa de terra encontrada na mesma porção longitudinal apresenta o mesmo horário. Deve-se lembrar ainda que o Meridiano de Greenwich representa o marco inicial, ou seja, o ponto de referência para a implantação dos fusos. A cada grau que a Terra gira, no sentido oeste-leste, decorre uma hora. Por isso, as horas aumentam para Leste e diminuem para Oeste. Observe, na ilustração abaixo, um modelo esquemático do sistema horário mundial:

OS FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS - Atualmente há quatro fusos horários no Brasil. Mas nem sempre foi assim. Até o início do século passado, o país tinha apenas um fuso que abrangia todo território nacional. Isso mudou em 1913 com o Decreto N° 2784, assinado pelo então presidente Hermes da Fonseca, que definiu quatro fusos horários no Brasil para organizar a distribuição dos horários de acordo o Meridiano de Greenwich, elaborado algumas décadas antes. O Decreto N° 2784 permaneceu inalterado por 95 anos. Somente em 2008, depois de uma proposta vinda do Senado, acolhida também na Câmara dos Deputados e validada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o quarto fuso foi extinto. Além disso, o estado do Pará, que era dividido em dois fusos, passou a integrar inteiramente ao 2° fuso brasileiro.

Essa mudança gerou polêmica, principalmente em relação aos habitantes do Acre. Uma parte da população do estado concordava com o novo fuso, a outra parte era contra. Então, foi convocado um plebiscito em 2010 para a população escolher a melhor opção.

Após uma eleição apertada, os habitantes do Acre e do oeste do Amazonas escolheram a volta do fuso anterior, com duas horas a menos em relação a Capital Federal - Brasília. Sendo assim, o projeto de 2008 foi derrubado, retornando o fuso horário brasileiro de 1913.

O estado do Pará, afetado pela mudança de 2008, não foi consultado no plebiscito. Isso fez com que a então presidente Dilma Rousseff vetasse a mudança. Somente em 2013 o projeto foi enviado outra vez para a presidente. Com isso, somente os estados consultados através do plebiscito tiveram seus fusos alterados, deixando o estado do Pará totalmente em um dos fusos horários no Brasil. Veja abaixo a configuração atual dos fusos horários brasileiros:

5 – AS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS

Entre os principais tipos de representações cartográficas destacam-se os mapas, as projeções, as tabelas e os gráficos. Nesta reta final do texto, falaremos um pouco sobre cada uma delas, a começar pelos mapas.

OS MAPAS – São representações planas da realidade confeccionadas de acordo com informações pré-estabelecidas. Cada mapa possui um tema específico (mapas temáticos) e é elaborado de acordo com uma escala que aponta quantas vezes a realidade teve que ser reduzida para caber em uma folha de papel.

Mapas físicos: São mapas que representam os fatores naturais, como vegetação, clima, relevo, hidrografia, etc.

Mapas Político: São mapas que representam as fronteiras entre países ou divisões intenas entre estados (ex. Goiás, Rio de Janeiro etc), delimitando o território no qual se exerce a soberania.

GRÁFICOS - São recursos visuais utilizados para leitura de informações sobre aspectos e processos naturais, sociais e econômicos, o gráfico representa as informações através de formas geométricas de maneira exata, os gráficos são classificados em Gráfico de colunas, circular e de linha.

REFERÊNCIAS

SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil – volume 1. São Paulo: Scipione, 2019.