REMINISCÊNCIA

O som troava no rádio do meu vizinho

A música era uma eterna nostalgia

Tudo parecia mágico naquele domingo

Os pardais faziam a festa catalogando as borboletas,

Que ficara na noite anterior ofuscada pela luminosidade

E quando amanhecera já era tarde para levantar voo.

 

Os primeiros transeuntes trafegavam pelo calçamento solto

Os cachorros latiam, acuando seu algoz

O sol tímido fitava uma luminosidade opaca.

O que me mantém na memória de adolescente

A olhar pela brecha da fechadura da porta de casa

Como um detetive que busca uma resposta.

 

De repente o inconsciente me mantém na memória

Recordação vaga e quase apagada!

Mas, a saudade veio daquele tempo de menino traquino.

Como a alma descolasse do meu corpo,

E viageasse pelo mundo afora.

 

Agora, aqui estou mergulhado numa verdade

Retomando a consciência dos velhos tempos.

 

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¹ JOSÉ  WILAMY CARNEIRO VASCONCELOS é professor, poeta, historiador, memorialista, pesquisador e cordelista. Formado em Direito e Especialista em Meio Ambiente. Pós-graduado em Ciências (Matemática).